VALEU PT!

EDITORIAL 22/09/2012 - O POVO

Brasil alcança status de país de classe média, diz estudo

Há vasto campo de conscientização a ser trilhado para uma posição mais proativa em defesa do coletivo

FALA, CIDADÃOResposta da Ecofor(0)ELEIÇÕESO aborto e suas consequências para a sociedade(0)

Estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República revela que o Brasil alcançou o status de país de classe média (famílias com renda per capita (individual) mensal entre R$ 291 e R$ 1.019). Isso corresponde a 53% da população no País, ou seja, 104 milhões de brasileiros, segundo o documento Vozes da Classe Média, apresentado pelo Planalto.

 Essa posição é resultado do processo de crescimento do País, combinado com a redução na desigualdade, sobretudo, da inclusão de três grupos que historicamente tinham as menores rendas: mulheres, negros e nordestinos.

Tal como já vinha sendo apontado, 37 milhões de brasileiros, 21% da população nacional, deixaram a classe baixa e ascenderam à classe média. No mesmo período, apenas 6% dos brasileiros saíram da classe média rumo à classe alta. Tudo isso graças a uma política que associou a criação de 18 milhões de empregos a salário mínimo com ganhos reais acima da inflação. Dessa forma, a classe média pôde responder por 38% da renda e do consumo das famílias brasileiras.

E o que é importante assinalar: a educação teve um papel primordial nessa ascensão. Enquanto na classe alta apenas 20% dos filhos estudaram mais que seus pais, na classe média este índice chega a 49%.

Dentre as consequências desse fenômeno está a possibilidade de se ter um Brasil mais estável, do ponto de vista político e social, o que é bom para o enraizamento e a consolidação da democracia e a possibilidade de cidadãos potencialmente mais informados e capazes de assumir as responsabilidades coletivas.

Há, entretanto, vasto campo de conscientização a ser trilhado até que esse segmento social se dê conta de que seu papel de cidadão deve estar acima daquele de consumidor, e não vice-versa. O que significa tomar uma posição mais proativa em defesa do interesse coletivo, e não se entregar a um narcisismo individualista desbragado. Essa proatividade seria importantíssima para exigir maior qualidade nos serviços públicos, sobretudo, educação e saúde, o que lhe permitiria um desafogo financeiro, livrando-o da onerosidade da escola privada e dos planos privados de saúde que a sufocam financeiramente.