Recebido sob o coro de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu despertar o público cansado após mais de 2h no evento em comemoração aos 10 anos de governo do PT, que já começou com cerca de 1h30 de atraso. Ao abrir o discurso, o petista comparou o Brasil com o Peru, onde recebeu o título de doutor honoris causa na Universidad Mayor de San Marcos, criada em 1551. “No Brasil, a primeira universidade é de 1920. Os portugueses não queriam que a gente estudasse. Isso explica porque o país foi o último a abolir a escravidão, a conquistar a independência. O que seria do Brasil se não fosse o PT? [Se não fosse] A CUT? [Se não fosse] O MST? [Se não fosse] A religião afro? [Se não fosse] O movimento popular? O que seria do Brasil sem nós?”, questionou, ao lembrar avanços alcançados pelo partido na área de educação. Entre piadas que arrancaram risos da plateia, Lula citou o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que considera “a síntese das conquistas da humanidade”. “Sua grandeza não foi conquistada nos cinco anos de mandato, mas nos 27 de oposição”, enfatizou.
O ex-presidente se disse orgulhoso por ter, em seu primeiro mandato, cumprido tudo o que planejou para o período entre 2003 e 2006, mas se desculpou por não ter feito tudo o que desejava. “Gostaria de ter feito oposição a mim mesmo”, brincou, antes de admitir que escolheu em silêncio o nome de Dilma Rousseff para sua sucessão em 2010. “Fui levando em banho-maria. Dilma não sabia que seria presidente da República até eu dizer que ela era mãe do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. E, se eu dissesse no PT, iam querer fazer discussão interna”, contou. O político ponderou que dez anos de governo é “muito pouco” e pediu que a militância se prepare para o debate. “Querem fazer o Brasil esquecer os nossos 10 anos”, opinou, ao argumentar que após a última década o brasileiro “já pode andar de cabeça erguida no mundo”. “O PT ousou dizer que o Brasil é soberano, mas também não é melhor do que ninguém. Antes, os outros países da América Latina olhavam o Brasil como adversário e o Brasil olhava para a África com desprezo. Nós conquistamos a confiança dos países”, avaliou. “O governo desses 10 anos tenta consertar os 20 anos anteriores”, completou. Antes de finalizar a fala, Lula sugeriu que a série de eventos em comemoração ao tempo do partido no poder, encerrada com o encontro em Salvador, seja transformada em livro. Entre mais aplausos e palavras de ordem, declarou que nasceu para fazer política pelo PT e vai morrer a fazer política pelo PT. “Não tenho vergonha de ser político”, concluiu.
11 comentários:
"O presidente Joaquim Barbosa não comentará", limitou-se a responder a Secretária de Comunicação do Supremo Tribunal Federal a e-mail com perguntas sobre a compra de um imóvel em Miami enviado pelo jornalista Luis Nassif; "Se o valor da transação é zero, e se o Ministro garante ter remetido os dólares pelo Banco do Brasil, qual a razão para, na escritura, o registro ser pelo valor simbólico, já que significará pagamento pesado de imposto de renda, em caso de venda?", questionou o blogueiro
O presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, não parece mesmo disposto a esclarecer a compra de seu apartamento em Miami. Ele abriu uma empresa para consumar a transação. O jornalista Luis Nassif procurou o STF para saber mais detalhes sobre a compra, mas a resposta que recebeu não tinha qualquer explicação.
A compra do apartamento em Miami pelo Ministro Joaquim Barbosa foi registrada pelo valor de transação zero.
Perguntamos:
1. Qual a explicação para esse tipo de operação? Razão de ordem fiscal?
2. Se o valor da transação é zero, e se o Ministro garante ter remetido os dólares pelo Banco do Brasil, qual a razão para, na escritura, o registro ser pelo valor simbólico, já que significará pagamento pesado de imposto de renda, em caso de venda?
3. Porque essa transação não aparece no balanço da offshore criada para a aquisição do imóvel?
4. Gostaria de uma resposta formal para o email.
Da Comunicação do STF
Prezado Nassif,
O presidente Joaquim Barbosa não comentará.
Cordialmente,
Layrce de Lima
Secretária de Comunicação Substituta - SCO
Supremo Tribunal Federal
Paulo de Argollo Mendes está no poder há 15 anos. Recentemente reeleito para mais um mandato como presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, o triênio 2013-2015
por Conceição Lemes, a partir da dica do leitor Marcus Vinícius Simioni
Quem passa pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) nem precisa perguntar qual a posição da entidade sobre a “importação” de médicos estrangeiros.
O banner cobrindo praticamente toda a frente do edifício-sede sede, em Porto Alegre, fala por si só.
Mais um que nos decepciona! Presidente do Superior Tribunal Federal, um sopro de moralidade que se desvia para o oceano de lama dos poderes constituidos. Vivemos uma transição política que esperamos seja para melhor a partir de 2014. Estou politicamente órfão! Em quem votar futuramente? Se houver alguém honesto que se candidate, por favor! Ou terei que anular o voto, infelizmente.
O grande problema no Brasil é que ninguém quer ser questionado, mesmo sabendo que está errado. O Ministro Joasquim Barbosa, aquele a quem há alguns meses o povo brasileiro apontava como o melhor candidato à Presidênica da República, quando do julgamento do Mensalão, agora se contradiz entre o "falar e o proceder". Mas isso é retórica dos MP's Federal e Estaduias, Instituição a qual o Ministro pertencia. Os MP's Estaduais, esquecem que são "FISCAL DA LEI" e aí, saem por ai, com uma "ruma de PM's" fazendo "investigações criminais". O que impede os integrantes dos MP's de cumprirem a lei? Será que eles não sabem que as PM's são Preventivas? Será que eles não conhecem a Carta de 88? Qual o interesse dos integrantes dos MP's em se fazerem acompanhar por PM's, sera a subserviência?. Com a palavra os MP's Estaduais.
Com 15 mil associados — apenas estão fora da base Santa Maria, Rio Grande, Novo Hamburgo e Caxias –, seu presidente é o médico Paulo de Argollo Mendes. Há 15 anos no poder, ele reeleito para mais um mandato, o triênio 2013-2015.
“Acordo ‘demagógico’ e ‘ideológico’’, classificou Argollo em 7 de maio, dia seguinte à revelação do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, de que o governo brasileiro negociava um pacto para trazer 6 mil médicos cubanos.
Em entrevista ao Viomundo, Argollo reforça: “Nós somos frontalmente contrários à vinda médicos estrangeiros, é enganação, pura demagogia. Se um médico estrangeiro cometer eventual barbaridade, quem vai pagar? É uma insegurança absoluta para o próprio paciente”.
Ele acrescenta: “O governo quer trazer médicos pela porta dos fundos, dispensando o Revalida [ Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, criado e feito pelo governo federal]. Eu fico achando que eles são incompetentes, pois se não fossem, o governo não evitava o Revalida. São médicos de segunda classe para tratar pacientes de segunda, porque é assim que o governo enxerga os pacientes do SUS”.
Felizmente, em tempos de internet, as máscaras caem muito rápido.
O presidente do Simers tem dois filhos médicos. De 1997 a 2004, cursaram medicina no Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey, em Cuba.
Naquela época, papai Argollo derretia-se em elogios a Cuba e à medicina cubana.
Em 2005, os filhos de Argollo formados em Cuba, em ações separadas, entraram na Justiça contra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, porque a UFRGS se recusou a validar automaticamente o diploma de médico de ambos.
Pleitos: registro automático do diploma independentemente do processo de revalidação e indenização de R$ 20 mil a título de danos morais sofridos. Na época, não existia ainda o Revalida. Cada universidade federal fazia a sua própria validação.
– Não é contrassenso o senhor execrar a “importação” de médicos, já que seus filhos estudaram em Cuba, entraram na Justiça para não fazer a revalidação do diploma no Brasil e ainda cobraram da Universidade Federal do Rio Grande do Sul R$ 20 mil por danos morais? – esta repórter questionou-lhe.
“Não”, diz candidamente Argollo. “Primeiro, porque eles validaram o diploma se eu não me engano em Fortaleza; foi a primeira universidade federal que abriu inscrição. Segundo, quando foram para Cuba, havia um acordo bilateral entre Brasil e Cuba para revalidação automática de diplomas. Enquanto eles estavam lá, o governo Fernando Henrique revogou esse convênio. Então, eles tinham o direito adquirido.”
Realmente, Brasil e Cuba eram signatários de um acordo, cujos Estados-Parte assumiram o compromisso de registro automático dos diplomas emitidos pelas instituições de ensino superior. No Brasil, a decisão foi promulgada pelo decreto presidencial nº 80.419, de 27 de setembro de 1977.
Porém, em 15 de janeiro de 1998, o Brasil comunicou à Unesco o término do pacto, que foi extinto exatamente um ano depois. Em 30 de março de 1999, o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) revogou o decreto nº 80.419/77.
Reiteradas decisões da Justiça Federal (AQUI, AQUI e AQUI) negaram os pleitos dos irmãos Argollo; a um deles o juiz determinou ainda o pagamento das custas e honorários advocatícios da outra parte. Alguns trechos delas:
A colação de grau do autor ocorreu em 2004 (fl. 31), ou seja, em momento posterior à revogação do Decreto Presidencial nº 80.419/77, de modo que inexiste direito adquirido ao registro do diploma independentemente de processo de revalidação.
…
…como, no caso, o demandante não possuía, ao tempo da edição do Decreto nº 3.007/99, o diploma expedido pela universidade estrangeira, não há como pretender valer-se das disposições da convenção internacional para eximir-se do cumprimento dos requisitos exigidos pela legislação pátria.
…
Resolução nº 1, de 28 de Janeiro de 2002, a realização de avaliação é necessária para verificar o real preparo do estrangeiro. Nesse sentido, deve o autor prestar a referida avaliação para obter a revalidação de seu diploma.
Conclusão: os filhos de Argollo são médicos ” importados” de Cuba e tentaram entrar pela porta dos fundos, já que não queriam validar o diploma no Brasil.
Será que, em função disso, a priori, os filhos mereceriam ser tachados de incompetentes e médicos de segunda classe, como o pai-sindicalista tenta carimbar hoje os “estrangeiros”?
Argollo, relembramos, acusou ainda o anunciado acordo Brasil-Cuba de ser “ideológico”.
Então, será que quando os filhos estudaram no Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey, ele não sabia que o regime político de Cuba é o comunismo? Ou será que foi enganado pela propaganda vermelha?
por Fernando Brito
Depois de 54 anos de vida e 36 de jornalismo, o estômago da gente fica resistente e não embrulha facilmente. E hoje estou com ele embrulhado.
Chegou-me a informação, fui checar e estava correta.
O senhor Paulo Fernando Melo, vice-presidente da Associação Nacional PróVida e PróFamília, Secretário Geral da Rede Nacional PROVIDA e um dos que esteve pressionando a Presidenta Dilma Rousseff a vetar a lei, aprovada pelo Congresso, que garante assistência às mulheres vítimas de estupro é um nazistoide, herdeiro das idéias mais horrendas e mais contrárias à vida, à dignidade e à igualdade humana que já passaram por este planeta.
Paulo Fernando Melo em seu site religioso e na biografia que o integra esconde que é e sempre foi um integralista, herdeiro dos simpatizantes, no Brasil, de Hitler e Mussolini.
Há 15 anos atrás já participava da refundação do movimento integralista, no Centro Cultural Plínio Salgado, em Niterói, ao lado de grupos como a Juventude Nativista da Bandeira do Sigma (o equivalente brasileiro da cruz suástica) e de skinheads e “carecas do ABC”, que depois se afastariam do movimento.
Paulo Fernando, alguns anos atrás, era alto dirigente da organização e sua candidatura a deputado federal, onde ele era definido como um “legionário do Sigma” e “único candidato 100% integralista do Brasil”, foi apoiada – inclusive financeiramente – pelos integralistas. O anúncio do boletim fascistoide está aí ao lado, inclusive apontando Paulo Fernando como parte do “bem sucedido” movimento “Fora Dilma” naquele ano de 2010. Antes, em 2006, havia tentado se eleger deputado estadual em São Paulo, no partido de Enéas Carneiro, obtendo apenas 1.900 votos.
Esta é a história do homem que desafia a presidente eleita pelos brasileiros, dizendo-lhe, em pleno Palácio do Planalto, segundo o jornal O Globo:
-As consequências (da sanção do projeto) chegarão à militância pró-vida causando grande atrito e desgaste para Vossa Excelência, senhora presidente, que prometeu em sua campanha eleitoral nada fazer para instaurar o aborto em nosso país
Um de suas “credenciais” era ter sido um dos advogados – perdoe a classe – que tentou obrigar as grávidas de fetos anencefálicos a carregarem, por meses, um morto em suas barrigas.
Agora, esconde dos católicos de boa-fé que tem essa história ao lado dos movimentos de inspiração fascista.
Busca confundir as pessoas alegando que a sanção do projeto que está na mesa da Presidenta é a legalização do aborto no Brasil. É mentira, porque não se altera em uma vírgula o que está na lei brasileira há mais de 70 anos: aborto – concorde-se ou discorde-se disso – continua sendo crime, exceto por grave risco à saúde da mãe ou em caso de a gravidez ser resultado de estupro, se assim desejar a vítima dessa violência inominável.
O que o projeto diz é que as mulheres vítima de estupro obterão, na rede pública, a “pílula do dia seguinte” e medicamentos anti-HIV, Hepatite C e HPV, além de orientação sobre seu direito – há 70 anos legal – de não deixar que se consume a gravidez fruto de ataque sexual violento.
Não consta que, nestes 70 anos, essas organizações tenham feito qualquer grande campanha para defender o direito dos estupradores saírem gerando filhos por aí, para desgraça de suas vítimas. Espero que, jamais, estejam entre elas a minha filha e a dele. E se a minha, por causa dele, não puder senão morrer em vida com a eternização daquela monstruosidade, aceitarei todas as consequências jurídicas de dar-lhe o gesto merecido.
Mas a Presidenta se deixasse intimidar por um filofascista como ele.
Há pessoas de boa-fé contrárias ao aborto que não se sentirão confortadas em saber que um integralista, com toda a carga de ódio e desumanidade que esta vertente tupiniquim do nazi-fascismo carrega, as representa nesse lobby.
E elas têm o direito de saber, mesmo que o sr. Paulo Fernando não queira dizê-lo em sua propaganda beata.
Postar um comentário