sábado, 26 de julho de 2014
7 comentários:
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De fato, o assunto da derrubada do vôo MH17, tão inflamado no começo, está sumindo da imprensa internacional (se olhar no Google Notícias, vê-se que só sobrou a nota do governo americano: "Putin é culpado"). Cadê as prometidas provas? Nem indícios? Nada?
O premiado jornalista investigativo americano Robert Parry ajuda entender...
- 27 de julho de 2014 às 07:56
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A mais recente histeria de guerra da mídia dos EUA – enganjada na corrida para fixar a culpa pela queda do jato de passageiros da Malaysia Airlines no Presidente da Rússia, Vladimir Putin - não possui a mesma intensidade observada na ausência de ceticismo profissional que tem marcado os tumultos semelhantes ocorridos no Iraque, na Síria e em outros lugares, envolvendo questões fundamentais que estão sem respostas.
A questão do 'cão de guarda' naõ latir sobre a catástrofe na Ucrânia, gira em torno do que a exibição de imagens de satélite de vigilância dos EUA poderia fazer. É difícil acreditar que, com a atenção que a inteligência dos EUA tem concentrado na Ucrânia oriental, desde o semestre passado, a alegada movimentação de transporte de grandes caminhões dotados de vários sistemas de mísseis antiaéreos Buk, da Rússia para a Ucrânia e, em seguida, de volta para a Rússia, não tenha sido detectado em algum lugar.
Existem limitações para os satélites espiões norte-americanos, mas os mísseis Buk possuem cerca de 16 metros de comprimento e são montados em caminhões ou tanques. O voo da Malásia Airlines também caiu durante a tarde, não à noite, ou seja, a bateria de mísseis não estava escondida pela escuridão.
Então, porque essa questão sobre o que revelam as imagens do 'spy-in-the-sky' dos EUA e a razaão de não ter sido pressionada pela grande mídia dos EUA? Como é possível o Washington Post publicar histórias de primeira página, como aquela, no domingo, com o título definitivo "U.S. official: Russia gave systems", sem exigir dos americanos os detalhes sobre o que as imagens de satélite poderíam divulgar?
- 27 de julho de 2014 às 07:57
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Em vez disso, Michael Birnbaum e Karen DeYoung, a partir de Kiev, escreveram: "Os Estados Unidos confirmou que a Rússia forneceu lançadores de mísseis sofisticados para os separatistas no leste da Ucrânia e que foram feitas tentativas para movê-los para o outro lado da fronteira com a Rússia, após a queda de um avião da Malásia, afirmou uma autoridade dos EUA, no sábado".
"Nós acreditamos que eles estavam tentando retornar para a Rússia, pelo menos, três sistemas de lançamento de mísseis Buk", disse o oficial. “A Inteligência dos EUA começou a encontrar indicações, há pouco mais de uma semana, que os lançadores russos haviam sido movidos para a Ucrânia", disse o oficial, cuja identidade não foi divulgada para que o oficial pudesse discutir estes assuntos de inteligência.
Mas, ao confrontar a imprecisão do curioso texto oficial - "nós acreditamos" com "começando a encontar indicações" - devemos acreditar - e talvez seja mais relevante - que os jornalistas do Washington Post realmente acreditam nisso: que o governo dos EUA, dotado dos serviços de inteligência de primeiro mundo, não detectou três desajeitados caminhões transportando grandes mísseis de médio alcance.
Tenho informações, reveladas por uma fonte de informações precisas sobre assuntos semelhantes no passado, que as agências de inteligência dos EUA não forneceram os detalhes das imagens de satélite da bateria de mísseis que, provavelmente, lançou o míssil fatídico, porque ela estava sob o controle das tropas do governo de Kiev, que aparecem nas imagens vestidas com o que parecem ser uniformes ucranianos.
A fonte disse que os analistas da CIA ainda não descartaram a possibilidade de que sejam tropas rebeldes ucranianas orientais, vestindo uniformes semelhantes, mas a avaliação inicial era de que as tropas eram formadas por soldados ucranianos. Houve também a sugestão de que os envolvidos eram soldados indisciplinados e estavam, possivelmente, embriagados, já que as imagens mostraram o que pareciam ser garrafas de cerveja espalhadas por todo o local, disse a fonte.
- 27 de julho de 2014 às 07:58
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Em vez de pressionar para esclarecer esses detalhes, a grande imprensa americana, simplesmente, passou a exibir a propaganda do Departamento de Estado dos EUA, informando que o ataque partiu do governo ucraniano, exagerando, inclusive, o fato de que o sistema Buk "é de fabricação russa", um fato percebido por ser infinitamente repetido.
No entanto, a menção a "fabricação russa", usada a ponto de sugerir que os russos devem estar envolvidos na queda da aeronave, é enganosa, sendo melhor e mais claramente concebida para influenciar americanos mal informados. Todos os meios de comunicação, certamente, sabem, que os militares ucranianos também operam sistemas de fabricação russo, incluindo baterias antiaéreas Buk e, desta forma, a origem da fabricação não tem nenhum valor probatório.
- 27 de julho de 2014 às 08:00
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AS ACUSAÇÕES UCRANIANAS
Grande parte do resto das acusações conhecidas contra a Rússia partiram do regime ucraniano, que surgiu a partir da do golpe inconstitucional aplicado contra o presidente eleito Viktor Yanukovych, em 22 de fevereiro. A sua derrubada ocorreu, após meses de protestos em massa, através do golpe liderado por milícias neonazistas que invadiram prédios do governo e forçaram a fuga dos funcionários de Yanukovych.
Reconhecendo o papel fundamental desempenhado pelos neonazistas, que são descendentes ideológicos das antigas milícias ucranianas, que colaboraram com a SS nazista, na Segunda Guerra Mundial, o novo regime distribuiu o controle de vários ministérios aos nacionalistas de extrema-direita, incluindo o escritório da Segurança Nacional que está sob o comando do veterano ativista neonazista Andriy Parubiy. [Ukraine, Through the US Looking Glass]
Foi esse mesmo Parubiy que os jornalistas procuraram para dar mais informações para condenar os rebeldes do leste da Ucrânia e os russos sobre a catástrofe da Malaysia Airlines. Parubiy acusou os rebeldes das imediações do local do acidente de destruir as provas e conduzir um cover-up, outro tema que ressoou através do MSM.
Sem se preocupar em informar os leitores sobre a fundamentação neonazista, Parubiy foi citado como uma testemunha confiável que declarou: "Vai ser difícil conduzir uma investigação completa quando alguns objetos sendo levados, mas vamos fazer o nosso melhor".
- 27 de julho de 2014 às 08:01
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Em contraste com as garantias dadas por Parubiy, o regime de Kiev, na verdade, possui um terrível histórico de não dizer a verdade ou perseguir as investigações sérias de crimes contra os direitos humanos. Ainda assim, deixou em aberto as questões sobre a identidade dos atiradores, que em 20 de fevereiro, dispararam sobre a polícia e os manifestantes no Maidan, desencadeando a escalada de violência que levou à destituição de Yanukovych. Além disso, o regime de Kiev não conseguiu apurar os fatos sobre o incêndio que causou a morte de dezenas de russos étnicos no Edifício Sindical em Odessa, em 2 de maio. [Burning Ukraine’s Protesters Alive]
O regime de Kiev também enganou o New York Times (e, aparentemente, o Departamento de Estado dos EUA), quando disseminou fotos que, supostamente, mostravam militares russos dentro da Rússia e, mais tarde, dentro Ucrânia. Mais tarde, após o Departamento de Estado ter aprovado a "evidência", o Times levou ao seu jornal esta história, em 21 de abril, mas descobriu-se que uma das fotos mais importantes, clicada na Rússia, foi tomada na Ucrânia, destruindo a premissa básica da farsa jornalística. [NYT Retracts Ukraine Photo Scoop]
Mais uma vez, estamos aquí, divulgando reivindicações não verificadas, que são feitas pelo regime de Kiev, sobre algo tão sensível como a Rússia ter fornecido mísseis antiaéreos sofisticados, capazes de abater aviões civis que voam em elevada altitude, para rebeldes despreparados do leste da Ucrânia.
Essa acusação é tão grave que poderia impulsionar o mundo para uma segunda Guerra Fria e, possivelmente, se houver mais erros de cálculo, para um confronto nuclear. Este momento exige o máximo de profissionalismo jornalístico e, especialmente, ceticismo em relação à propaganda tendenciosa.
- 27 de julho de 2014 às 08:08
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No entanto, o que os americanos viram, mais uma vez, é que as principais agências de notícias dos Estados Unidos, lideradas pelo Washington Post e o New York Times, publicaram os mais inflamados artigos, baseados, em grande parte, em informações não confiáveis de funcionários ucranianos e no Departamento de Estado dos EUA, que foi o principal instigador da crise na Ucrânia.
No passado recente, este tipo de jornalismo americano desleixado levou a massacres em massa no Iraque - e tem contribuído para potencializar as eventuais guerras dos EUA contra a Síria e o Irã, mas, agora, os riscos são muito maiores. Tão divertido quanto desprezar uma variedade de "vilões designados", como Saddam Hussein, Bashar al-Assad, Ali Khamenei e, agora, Vladimir Putin, este tipo de imprudência está inclinando o mundo em direção a um momento muito perigoso, concebivelmente, em relação ao seu passado.
“Embora o establishment tenha tentado ridicularizar quaisquer questionamentos da narrativa oficial - que os rebeldes ucranianos foram responsáveis pelo incidente - classificando-o com a cansada e pejorativa ‘Teoria da Conspiração’, o repórter investigativo Robert Parry dificilmente pode ser descartado como um jornalista manipulado, dado o seu papel fundamental na cobertura do escândalo Irã-Contras para a Associated Press e a Newsweek, na década de 80.
Na verdade, pelo seu trabalho de investigação sobre assuntos de inteligência, Parry foi agraciado com o Prêmio George Polk, sugerindo que as informações fornecidas pela sua fonte são dignas de atenção” - PAUL JOSEPH WATSON
- 27 de julho de 2014 às 08:17