A VELHA DIPLOMACIA DA PREPOTÊNCIA E DA AGRESSÃO DOS ESTADOS UNIDOS.

Editorial de hoje do jornal O POVO destaca a velha diplomacia da prepotência e da agressão dos Estados Unidos.

WikiLeaks desvela diplomacia secreta norte-americana
Até o Brasil foi alvo das investidas norte-americanas que vê com desconfiança o Itamaraty
01.12.2010 01:30
A revelação de como atua a diplomacia norte-americana, no mundo, feita pelo site WikiLeaks, está deixando Washington em polvorosa e provoca desconforto entre aliados. Até o Brasil foi alvo das investidas norte-americanas que vê com desconfiança o Itamaraty.

O WikiLeaks dedica-se ao jornalismo investigativo e tornou-se alvo de todos os olhares quando começou a revelar documentos que demonstram a face secreta da política americana e de seus aliados. A filosofia do site é produzir vazamentos, embora tomando o cuidado para que não favoreçam grupos terroristas e outros interesses ilegítimos. Ou seja, considera que os membros da sociedade, os povos de cada país, têm o direito de saber como agem em seu nome os seus governos, e até que ponto estes, de fato, defendem seus interesses, ou o de eventuais grupos de poder (econômico, político e militar), revestidos de “interesses nacionais”.
Essas revelações têm exposto, de forma inequívoca, interferências indevidas da maior potência mundial em todos os países e instâncias internacionais num trabalho de espionagem que alcança desde a Organização das Nações Unidas (ONU) até funcionários de governos estrangeiros e, o mais grave, muitas vezes violando os próprios princípios constitucionais sobre os quais teoricamente a nação norte-mericana e seus aliados se fundam.
Juízos sobre a atuação pessoal de alguns chefes de estados e de governo vão além da fofoca e apresentam até uma visão estereotipada onde não está ausente o preconceito. No caso do Brasil, o incômodo diz respeito não só as acusações de que o País esconde a presença de terroristas muçulmanos, até as indisfarçáveis críticas à política externa brasileira, inclusive tentativas de apoiar-se em algumas autoridades do governo, contra outras, deixando em posição delicada o ministro da Defesa, Nelson Jobim, considerado “mais de confiança”, do que certos diplomatas brasileiros, criticados, segundo os documentos, pelo próprio Jobim, como “antiamericanos” – segundo relatos publicados pela Folha de S.Paulo. Enfim, os documentos não só lançam nova luz sob o mundo secreto da diplomacia, mas suscitam uma indagação sobre a necessidade de os cidadãos das sociedades democráticas terem mais controle sobre suas políticas externas.