TABAGISMO 15/04/2012
Jornadas para abandonar o cigarro
O número de fumantes em Fortaleza caiu 36,8% em cinco anos. Hoje, O POVO traz relatos de quem já abandonou e de quem está abandonando o vício na nicotina e comemora a melhora na qualidade de vida depois de anos na dependência Fuma-se cada vez menos em Fortaleza. O número de fumantes declarados na capital cearense caiu 36,81% nos últimos cinco anos. Em 2006, 16,3% da população alencarina era formada por fumantes. Em 2011, esse índice baixou para 10,3%. É o que mostra a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), realizada pelo Ministério da Saúde.
Por trás destes números, pulsam relatos de ex-dependentes de nicotina que conseguiram largar o vício e também daqueles que estão em pleno processo, na esperança de serem bem-sucedidos. Apesar do desejo de ter uma vida longe do cigarro, parar de fumar não é tarefa das mais simples e requer muita determinação, mas é das mais compensatórias.
“A maior dificuldade que o ser humano encontra para interromper qualquer tipo de vício são os sintomas da abstinência. Não é diferente com o cigarro”, explica Márcia Alcântara, médica pneumologista, coordenadora da Comissão de Asma da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia (SCPT) e integrante do Conselho de Leitores do O POVO.
“Quando se é dependente, a ausência da substância pode causar a princípio grande mal estar ao corpo. No entanto, os benefícios do parar de fumar surgem imediatamente”, aponta a médica (leia entrevista exclusiva na página ao lado).
Redução de danos
O DJ Rodrigo Fuser conhece de perto esta realidade. Fumante há mais de cinco anos, nas últimas três semanas ele anda às voltas com a determinação de abandonar os maços de cigarro. A estratégia adotada por ele nesta batalha pessoal não é parar de uma vez com o vício - diferentemente do que recomendam os especialistas (veja quadro com dicas do site Quero Parar de Fumar na página ao lado).
“Tá sendo muito difícil. Eu fumava uma carteira de cigarro por dia. Hoje, fumo de três a cinco cigarros. Uma ex-namorada falava que se não consegue brecar, o bom é ir reduzindo... O que ela chamava de PRD (Programa de Redução de Danos). Tô tentando fazer isso na minha vida, minimizar os danos!”, afirma Fuser.
Recurso similar adotou o estudante de Jornalismo Diego Gregório. Fumante há oito anos, ele reduziu em um terço a quantidade de cigarros que fuma a cada dia. A meta é zerar essa média a curto prazo.
Antes de iniciar o processo, Gregório fumava uma carteira diariamente, agora chegar a passar quatro dias para fumar um maço de cigarros. “Decidi parar porque percebi que está me fazendo mal, vivo cansado. E também porque faço mal às pessoas que estão à minha volta”, justifica.
Ruptura
Se para alguns a melhor opção é reduzir o uso de cigarros paulatinamente, para outros a ruptura com o vício deve ser imediata.
No primeiro dia deste ano, o psicólogo Alexandre Brasil decidiu que era chegada a hora de parar com o vício que mantinha há 12 anos. E desde o dia 2 de janeiro não fuma mais.
“A maior dificuldade que enfrentei foi mudar de rotina... Não fumar mais após o almoço, nos momentos de preparação para sair e nas horas de maior ansiedade, positiva ou negativa”, diz Brasil.
A compensação, segundo ele, também foi rápida. “Ganhei elevação da auto-estima, maior adequação social, não me preocupo mais com o hálito, com a roupa com cheiro de cigarro... Enfim, tenho maior segurança e estou respirando melhor”.
O arquiteto Vladimir Lenine é outro ex-fumante que há três semanas cortou o mal pela raiz, depois de passar 15 anos fumando - e comemora o feito. “Eu fumava uma carteira por dia... e não me imagino mais colocando um cigarro na boca”, garante ele.
“Tive alguns problemas respiratórios devido ao cigarro. Depois do susto, resolvi largar. Claro que não é fácil, mas a melhora é significativa. Hoje eu respiro melhor, durmo melhor, alimento-me melhor”, lista Lenine.
A também arquiteta Liana Feingold aponta outras melhorias que o abandono do cigarro, nos últimos 40 dias, já lhe trouxe.
“Primeiramente o cheiro. Pego meu filho no colo sem a culpa que sentia antes. Não me preocupo mais se vou sair para um lugar aberto ou fechado, nem por quanto tempo”, enumera. “Ironicamente, me acalmei. A cada dia me amo mais, essa sensação tem refletido no meu bem estar, numa crença maior em mim mesma. Ah! O bolso também agradece. Vale a pena parar de fumar. Não é fácil, por isso precisamos estar conscientes do que queremos. Ainda sonho fumando, mas acredito que o tempo é meu parceiro!”.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
As quatro primeiras semanas são as mais difíceis para um ex-fumante que está em processo de abandonar o vício da nicotina. Durante este período, recaídas são comuns, segundo especialistas. Os que conseguem superar esta etapa costumam ser bem-sucedidos em manter distância do cigarro.
O POVO - Emerson Maranhão.
3 comentários:
Querem apagar os crimes mensalão
Com o julgamento do mensalão pelo Supremo a caminho, os petistas lançam uma desesperada ofensiva para tentar desviar a atenção dos crimes cometidos por eles no que foi o maior escândalo de corrupção da história brasileira
Professor Alfredo, o Sr. já viu aquela placa lá no anafuê?
Próximo aquela obra "o elefante branco" de reciclagem de lixo que jogaram no mato milhões do erário público.
A placa é maior que a boa viagem. Dizendo que a prefeitura trouxe uma escola técnica federal para o município.
Que fase atravessa o PT do Distrito Federal. Não bastasse a enrolada relação de Agnelo Queiroz com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, agora é deputada Erika Kokay que pode ser investigada pelo STF por se apropriar de parte dos salários dos assessores nos tempos de mandato na Câmara Legislativa do DF.
O caso começou em 2010, quando uma ex-assessora de Kokay, Vânia Gomes de Oliveira Silva, inventou que adversários do PT estavam lhe oferecendo dinheiro para denunciar o esquema de repasses no horário eleitoral. Para não abrir o jogo, passou a exigir 180 000 reais da deputada.
Com a versão de que tudo não passava de contribuição voluntária dos seus assessores para o PT, Kokay levou o caso à Polícia.
Na delegacia, ameaçada de prisão, a ex-assessora desmentiu parte da história. Disse que nunca existiram os tais adversários do PT oferecendo dinheiro, e que ela os inventou para arancar uma grana de Kokay. Vânia, contudo, não desmentiu o esquema de repasses dos salários dos assessores. Disse ainda que alguns dos seus pedágios, de 2 600 reais, foram pagos via transferência bancária para uma conta da deputada – e que ela tem os extratos para provar.
Por tentar arrancar o dinheiro da deputada, Vânia acabou condenada por estelionato. Num acordo, teve a pena suspensa e, estranhamente, não foi demitida, continuou trabalhando para Kokay até o final do mandato.
O caso estava para ser arquivado quando um promotor percebeu que a história dos repasses não havia sido investigada. Como Kokay é deputada, ele enviou o caso para Roberto Gurgel, que deve decidir nos próximos dias se abre ou não um inquérito contra a parlamentar.
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