domingo, 1 de dezembro de 2013

ENTRE O CÉU E A TERRA...


No Brasil, o reino de Deus é cada vez mais deste mundo. Como ocorre em outras partes da América Latina, o poder das igrejas evangélicas e pentecostais, que funcionam como um tea party à brasileira, está alterando a política. A tal ponto que a classe dirigente, mesmo se estiver a anos-luz da sua ideologia conservadora, entoa suas melhores preces quando tem de negociar assuntos espinhosos com seus representantes no Congresso Nacional, algo muito frequente.

(...)

A força do movimento não diminui, apesar de deputados evangélicos já terem sido denunciados muitas vezes à Justiça por corrupção. Em 2003, 23 deles se viram envolvidos na chamada “máfia dos sanguessugas” e foram levados aos tribunais. Agora mesmo, 50% dos congressistas evangélicos enfrentam acusações judiciais por vários crimes, de corrupção ativa e passiva a lavagem de dinheiro, passando por evasão de divisas e delitos contra o fisco. No entanto, a fé de seus seguidores neles passa por cima de todas as acusações. Quando chegam as eleições, não existe candidato que não deseje o apoio dos milhões de fiéis evangélicos com suas centenas de centros de propaganda, que vão desde os templos às antenas de rádio e televisão.

Se um dia seu sonho se cumprir, o Brasil deixaria, dizem os analistas políticos, de ser um Estado laico, e sua segunda ou primeira Constituição seria a Bíblia, que já é o livro que Feliciano empunha na comissão que preside, esquecendo-se da Carta Magna, à qual considera sujeita aos livros sagrados. (Via internauta anônimo).

3 comentários:

Anônimo disse...

Pressão de religiosos prejudicou a campanha de prevenção a aids, diz especialista
por Thais Araujo - Repórter da Agência Brasil

O Brasil precisa adotar uma postura mais incisiva na área da prevenção e da infecção por HIV para recuperar o protagonismo mundial no enfrentamento à doença. A opinião é do médico sanitarista e epidemiologista Pedro Chequer. Considerado um dos principais especialistas no tema no país, ele acredita que o Brasil sofreu um "grande retrocesso" nos últimos anos por, entre outras razões, ceder à pressão de grupos religiosos na condução das ações de resposta à epidemia.

Entre as medidas que simbolizam esse recuo, segundo ele, estão a suspensão pelo governo federal, em março deste ano, da distribuição de material educativo para prevenção da aids dirigido a adolescentes. O kit, formado por revistas de histórias em quadrinhos, abordava temas como gravidez na adolescência, uso de camisinha e homossexualidade.

"O Brasil pautou seu programa de aids na fundamentação científica e sempre foi exemplo para o mundo, promovendo campanhas de prevenção abertas, diretas e objetivas, voltadas principalmente às populações mais vulneráveis. De repente, vemos esse grande retrocesso e o Brasil sofre um revés político, deixando de ser vanguardista na área da prevenção e de campanhas", disse Chequer, que coordenou a política de aids do Ministério da Saúde e dirigiu o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids) no Brasil.

Anônimo disse...

com todo esse discurso, você divulgou ter recebido apoio de Valdomiro Santiago, o pior dos piores. Que coisa Dr.!!!!!!

Deodato Ramalho disse...

Há meses não estava acessando o blog e os comentários. Só hoje vi essa recado de um anônimo. Respondo dizendo que o preconceito, impulsionado por qualquer que seja a razão, não é bom conselheiro. Recebi o apoio de vários grupos evangélicos, inclusive das lideranças da Igreja Mundial e posso assegurar que, independentemente de alguma divergência de natureza política, nunca presenciei nenhum ato, nenhuma ação, dessas lideranças que pudesse desmerecer o meu discurso. Que coisa, senhor anônimo.