Após prisão
Obras são interrompidas na BR-116
Empresa responsável por obra de restauração de trecho da BR-116 informa que os trabalhados ficarão suspensos até que as investigações da operação "Mão Dupla" sejam encerradas. A obra está orçada em R$ 60 milhões.
Henrique Araújo - 07/08/2010 02:00
Na alça do viaduto da BR-116 que dá acesso à avenida Senador Carlos Jereissati, cinco funcionários da empresa Delta Construção, responsável pelas obras de alargamento da faixa, haviam “ganho o dia de folga”. “Hoje vai ser apenas lazer”, riu um deles. A obra de alargamento está parada. Os operários aguardavam desde às 7 horas da manhã que algum representante da companhia os orientasse. Os manobristas de tratores estavam a postos, os motoristas de carros-pipa também. Mas não havia gerência. Nenhum equipamento saia do lugar.
A empresa é apontada pelas investigações da Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) como a maior detentora de contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Estado do Ceará (Dnit-CE). A operação “Mão Dupla”, acionada na manhã da quinta-feira, 5, detectou fraude em oito contratos assinados por um grupo de empresas do qual a construtora faz parte. O desvio, calculado é de R$ 5 milhões.
De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, cuja sede regional fica em Pernambuco, “a direção da empresa decidiu paralisar a obra da BR-116 temporariamente até que a investigação da Polícia Federal seja concluída”. A nota diz ainda que a construtora vai aguardar o desenrolar das investigações para se manifestar.
O Dnit deu início em julho ao trabalho de restauração das pistas laterais da rodovia e às alças de acesso ao estádio Castelão e ao Aeroporto. A obra está orçada em R$ 60 milhões. Outras três obras foram classificadas como irregulares pela operação da PF: as pontes da Sabiaguaba e Rio Jaguaribe; e a recuperação de trechos da BR-020.
Os funcionários da empresa informaram que, até ontem, a obra na BR-116 era executada por outra companhia. “Eles abandonaram tudo. Levaram o maquinário e a gente veio logo depois, mas não apareceu ninguém”. Um deles lamentou o constrangimento que vinha sentindo: “Eu só quero trabalhar e ganhar o leite dos meus filhos. E desde ontem que a gente não trabalha. Acordo às 4 horas da manhã e, quando chego aqui, nada”.
Obras são interrompidas na BR-116
Empresa responsável por obra de restauração de trecho da BR-116 informa que os trabalhados ficarão suspensos até que as investigações da operação "Mão Dupla" sejam encerradas. A obra está orçada em R$ 60 milhões.
Henrique Araújo - 07/08/2010 02:00
Na alça do viaduto da BR-116 que dá acesso à avenida Senador Carlos Jereissati, cinco funcionários da empresa Delta Construção, responsável pelas obras de alargamento da faixa, haviam “ganho o dia de folga”. “Hoje vai ser apenas lazer”, riu um deles. A obra de alargamento está parada. Os operários aguardavam desde às 7 horas da manhã que algum representante da companhia os orientasse. Os manobristas de tratores estavam a postos, os motoristas de carros-pipa também. Mas não havia gerência. Nenhum equipamento saia do lugar.
A empresa é apontada pelas investigações da Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) como a maior detentora de contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Estado do Ceará (Dnit-CE). A operação “Mão Dupla”, acionada na manhã da quinta-feira, 5, detectou fraude em oito contratos assinados por um grupo de empresas do qual a construtora faz parte. O desvio, calculado é de R$ 5 milhões.
De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, cuja sede regional fica em Pernambuco, “a direção da empresa decidiu paralisar a obra da BR-116 temporariamente até que a investigação da Polícia Federal seja concluída”. A nota diz ainda que a construtora vai aguardar o desenrolar das investigações para se manifestar.
O Dnit deu início em julho ao trabalho de restauração das pistas laterais da rodovia e às alças de acesso ao estádio Castelão e ao Aeroporto. A obra está orçada em R$ 60 milhões. Outras três obras foram classificadas como irregulares pela operação da PF: as pontes da Sabiaguaba e Rio Jaguaribe; e a recuperação de trechos da BR-020.
Os funcionários da empresa informaram que, até ontem, a obra na BR-116 era executada por outra companhia. “Eles abandonaram tudo. Levaram o maquinário e a gente veio logo depois, mas não apareceu ninguém”. Um deles lamentou o constrangimento que vinha sentindo: “Eu só quero trabalhar e ganhar o leite dos meus filhos. E desde ontem que a gente não trabalha. Acordo às 4 horas da manhã e, quando chego aqui, nada”.
VAMOS NÓS: As denúncias de atos de corrupção envolvendo o DNIT vêm de longe. O próprio surgimento do DNIT ocorreu por que, na época do desgoverno do PSDB/FHC, diante de várias irregularidades e desmandos o governo do Fernando Henrique Cardoso, tal qual uma avestruz, extinguiu o DNER e daí surgiu o DNIT. Nunca deram em nada as graves denúncias daquela época. Daqui mesmo de Boa Viagem partiram várias denúncias feitas pelo então vereador Almir Mota e também do engenheiro do DNIT Assis. Na época o engenheiro enviou documentos ao governo FHC e, por isso, passou a ser perseguido. Infelizmente, Boa Viagem também está na rota dessas investigações, pois uma das empresas investigadas é a Delta Construções, responsável por obras nesse trecho da BR-020. Não sabemos a extensão das investigações e nem qual o nível de responsabilidade do atual dirigente do DNIT, o engenheiro Guedes Neto, de quem só se ouvia palavras elogiosas pelo seu trabalho. A dúvida quanto a isso é que essas denúncias de corrupção no DNIT são de décadas atrás e o atual dirigente assumiu o cargo há, mais ou menos, um ano. Assim, antes de fazermos qualquer juízo de condenação contra quem quer que seja, é importante aguardar a divulgação dos fatos e das provas para sabermos quem, realmente, estava metendo a mão no bolso do povo.
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