Não à intolerância
A sociedade brasileira quer viver este segundo turno eleitoral em clima de sadia emulação de propostas e não de exacerbação do fanatismo e da intolerância
08.10.2010 02:00 - O POVO
08.10.2010 02:00 - O POVO
O segundo turno da campanha eleitoral é aguardado com expectativa pela possibilidade de um debate que eleve a consciência política dos cidadãos. No entanto, começam a aparecer sinais de intolerância e tentativas de sufocação de uma sadia emulação entre propostas.
A história mundial é rica de exemplos do quanto a erupção da intolerância faz com que seus frutos - o preconceito e o sectarismo - se voltem contra a própria sociedade, envenenando-a. Começa pela negação da existência do outro, vendo-o como ameaça a ser eliminada a qualquer custo. A diferenciação entre as forças em disputa deixa de se dar por aspectos racionais – comparação entre propostas e valores – para se transformar num apelo às paixões mais primitivas do homem - o ódio, a discriminação, o preconceito – por meio de uma guerra psicológica subterrânea, desencadeada para influenciar as mentes contra o que se julga ser o “perigo iminente”.
Uma das formas mais eficazes de produzir esses resultados nefastos é apelar para a manipulação dos sentimentos religiosos, apresentados não como uma ética a ser estabelecida através da persuasão, mas pelo anátema a quem pensa diferente de nós. O resultado disso, no passado, foram as fogueiras e as guerras religiosas e, na época mais moderna, a imposição de regimes fascistas, com o seu corolário de crimes, intolerância e desumanização.
Nenhuma das forças políticas que estão em disputa, nesta eleição, pode ser qualificada como uma ameaça à democracia. Todas são legítimas, surgidas do processo de evolução política de nossa sociedade, todas são comprometidas com o acatamento das instituições democráticas e, sobretudo, referendadas pela soberania popular. O fato de existir dentro delas – de um lado e de outro - segmentos minoritários extremistas (à direita e à esquerda) faz parte da realidade política contemporânea, em qualquer parte do mundo.
O combate aos extremos é dado pela manutenção do clima de livre debate das idéias e de respeito à pluralidade. Não através da satanização e desqualificação do outro. Se aceitarmos que se enverede por esse caminho, estaremos plantando as sementes da desconfiança, da discórdia e da insubordinação futura à ordem constitucional, recusando legitimidade à força ungida pela soberania popular, mas que, eventualmente, não seja a do nosso agrado.
Quem apela para o caminho da intolerância e da desinformação, para o clima de catastrofismo e para o apelo às paixões primitivas do homem, num embate eleitoral desse tipo, termina inoculando vírus de insegurança e de medo, cuja propagação poderá ter efeitos desestabilizadores na vida do País. E o Brasil não merece isso, depois dos anos de enraizamento e amadurecimento de sua democracia, que hoje alcança um status incomparável de prestígio, admiração e reconhecimento em todo o mundo.
A história mundial é rica de exemplos do quanto a erupção da intolerância faz com que seus frutos - o preconceito e o sectarismo - se voltem contra a própria sociedade, envenenando-a. Começa pela negação da existência do outro, vendo-o como ameaça a ser eliminada a qualquer custo. A diferenciação entre as forças em disputa deixa de se dar por aspectos racionais – comparação entre propostas e valores – para se transformar num apelo às paixões mais primitivas do homem - o ódio, a discriminação, o preconceito – por meio de uma guerra psicológica subterrânea, desencadeada para influenciar as mentes contra o que se julga ser o “perigo iminente”.
Uma das formas mais eficazes de produzir esses resultados nefastos é apelar para a manipulação dos sentimentos religiosos, apresentados não como uma ética a ser estabelecida através da persuasão, mas pelo anátema a quem pensa diferente de nós. O resultado disso, no passado, foram as fogueiras e as guerras religiosas e, na época mais moderna, a imposição de regimes fascistas, com o seu corolário de crimes, intolerância e desumanização.
Nenhuma das forças políticas que estão em disputa, nesta eleição, pode ser qualificada como uma ameaça à democracia. Todas são legítimas, surgidas do processo de evolução política de nossa sociedade, todas são comprometidas com o acatamento das instituições democráticas e, sobretudo, referendadas pela soberania popular. O fato de existir dentro delas – de um lado e de outro - segmentos minoritários extremistas (à direita e à esquerda) faz parte da realidade política contemporânea, em qualquer parte do mundo.
O combate aos extremos é dado pela manutenção do clima de livre debate das idéias e de respeito à pluralidade. Não através da satanização e desqualificação do outro. Se aceitarmos que se enverede por esse caminho, estaremos plantando as sementes da desconfiança, da discórdia e da insubordinação futura à ordem constitucional, recusando legitimidade à força ungida pela soberania popular, mas que, eventualmente, não seja a do nosso agrado.
Quem apela para o caminho da intolerância e da desinformação, para o clima de catastrofismo e para o apelo às paixões primitivas do homem, num embate eleitoral desse tipo, termina inoculando vírus de insegurança e de medo, cuja propagação poderá ter efeitos desestabilizadores na vida do País. E o Brasil não merece isso, depois dos anos de enraizamento e amadurecimento de sua democracia, que hoje alcança um status incomparável de prestígio, admiração e reconhecimento em todo o mundo.
(Editorial do Jornal O POVO).
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