domingo, 6 de novembro de 2011

TERIA O ARCEBISPO SIDO RETALIADO POR CRITICAR O JUDICIÁRIO?

Condenado a pagar R$ 940 mil a família, arcebispo critica justiça

O arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, lançou uma carta contra o Judiciário nesta segunda-feira (31) depois de ter sido condenado a indenizar uma família de São João da Boa Vista, em São Paulo, por danos morais. O valor da indenização é de R$ 940 mil.
Segundo informações da arquidiocese, o processo é da década de 1990, quando Dom Dadeus posicionou-se a favor de uma obra da prefeitura de Mogi Guaçu (SP), que pretendia desapropriar o imóvel da família. Ele afirmou que os advogados da família não “deixavam a impressão de lisura”.

A família foi à justiça pedindo indenização pela ofensa, que foi concedida. Segundo a arquidiocese, a ação foi encerrada e não cabe mais recurso. O valor deve ser pago pelo arcebispo e pela Diocese de São João da Boa Vista, onde ele foi bispo de 1991 a 2000.
De acordo com o processo, a condenação inicial em 2007 era de R$ 15 mil para cada parte condenada, um total de R$ 30 mil, acrescido de juros, e mais 10% do valor como honorários. Em segunda instância, o Tribunal de Justiça de São Paulo aumentou a indenização para R$ 150 mil cada. O cálculo atualizado da quantia, até agosto de 2011, era de R$ 936.348,87.
Dom Dadeus classificou a decisão como “agressão”, “arbitrária” e “impraticável”. O arcebispo convocou uma entrevista coletiva em que afirmou não ter recursos para pagar a soma. “Porque amei a justiça e odiei a corrupção, fui condenado pelo Judiciário brasileiro”, afirmou.

Veja a carta a seguir:


JUDICIÁRIO INVADE JURISDIÇÃO DA IGREJA
Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre
Chegou ao fim mais um capítulo da agressão do Judiciário contra a Igreja Católica. Após 16 anos de tramitação, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou-me, juntamente com a Diocese de S. João da Boa Vista, onde fui Bispo de 1991 a 2000, a pagar uma indenização, por danos morais, no montante de R$ 940.000,00, reforçando o que se chama de “indústria das indenizações”, com bases totalmente arbitrárias e impraticáveis. Volta à mente a questão dos precatórios! Que cidadãos recorram ao Judiciário para dirimir suas questões é de direito, mas que o Judiciário não distinga o certo e do errado, a verdade da falsidade, não tenha critérios objetivos para julgar e, principalmente, não reconheça os limites de sua jurisdição nem siga os acordos internacionais, põe toda a sociedade em risco. O problema da corrupção no Brasil tem sua base exatamente ali, no Judiciário. Todos sabem disso, nas poucos têm coragem de denunciá-lo! Nossa Presidente começou a faxina no Executivo. Quando será a vez do Judiciário, onde o problema é muito mais grave?
Eis o fato: Na década de 90, no Município de Mogi Guaçu, SP, concluiu-se um clamoroso processo judiciário que, por razões que chamei de falta de lisura, demorou mais de 10 anos.

Sob ameaça de intervenção, foi decretada uma indenização milionária, dez vezes acima do real.

Diante da calamidade pública, alguns cidadãos recorreram a mim, como Bispo da região. – Lembre-se o provérbio que, diante de problemas insolúveis, se manda queixar-se ao Bispo – Trouxeram-me o volumoso processo, que li estarrecido. Escrevi, em conseqüência, diversos artigos, fazendo ponderações em defesa do Município. Não agi em causa própria. Em reconhecimento o Município outorgou-me, solenemente, o título de Cidadão. A sociedade aplaudiu minha intervenção. A família envolvida, porém, me entregou pessoalmente, na Igreja da Imaculada, uma carta, declarando-se atingida, mesmo que não a tivesse nomeado. Respondi, em carta particular, reconhecendo ser justo reivindicar o que de direito, mas não dez vezes mais. Tinha em mãos o relatório das dificuldades das negociações. Adverti que seus advogados, com suas invectivas, “não me deixavam a impressão de lisura”. Por esta expressão, nesta carta não publicada, sou condenado a pagar R$ 940.000,00, a título de danos morais. É justo?
Era obrigação minha, de pastor, orientar a referida família e chamar a atenção aos desvios. Ela, pelos vistos, passou a carta aos seus advogados que, a partir de então, começaram a me atacar, tanto por jornais como pelo rádio e televisão, culminando num duplo processo. Chegaram a afirmar que eu poderia ser condenado de dois a três anos de prisão, provocando celeuma entre a população, que, em conseqüência, promoveu um ato público de desagravo em meu favor. Tive, por isso, que esclarecer a opinião pública.
O judiciário, em nenhum momento, examinou a lisura dos advogados, para ver se a impressão que eu tivera era correta.. O judiciário nunca procurou investigar acerca dos ataques que os advogados dirigiram contra mim e as calúnias que proferiram. Se sofreram “danos morais”, foi pelas agressões e pelo processo que eles promoveram contra ao Bispo e a Diocese. Desde o início, o Judiciário se mostrou parcial, em defesa de “sua gente”.
O montante da indenização ultrapassa qualquer bom senso. Vê-se que os juízes estão desligados da realidade. Os ministros da Igreja católica não recebem salários polpudos, como eles, nem amealham fortunas.
O que, porém, leva a dizer um redondo e sonoro não à sentença condenatória e dar um basta aos desmandos do Judiciário é sua invasão no campo da jurisdição da Igreja. O Judiciário não reconhece seus limites. Em primeiro lugar, os juízes bem sabiam que os querelantes buscavam lucro fácil. Alexandre Jobim classifica a indústria da indenização como “artimanha de algumas pessoas para ganhar dinheiro” E por incrível que pareça, obtêm, com facilidade, o aval do Judiciário. Arrolaram a Diocese para garantir o dinheiro, com o objetivo de arrancá-lo do povo católico. Com isto reconheceram, publicamente, que estavam invadindo a missão específica da Igreja e não de um cidadão particular. O Judiciário se joga, pois, diretamente contra a Igreja. Contraria frontalmente sua missão profética de se pronunciar sobre questões de ordem social e moral. Na verdade o Judiciário quer silenciar a Voz da Igreja frente ao bem comum, como tenta com a imprensa, para acobertar a corrupção no país.
Em segundo lugar, os juízes acintosamente não respeitaram o Acordo entre a Santa Sé e o Brasil, assinado solenemente em Roma, no dia 13 de novembro de 2008, já ratificado pelo Congresso nacional. Trata-se de um acordo internacional, de respeito mútuo das competências. Não pode ser desrespeitado impunemente.
Não posso, por coerência e dever de consciência, acatar esta sentença inválida e desrespeitosa porque contrária aos requisitos do direito nacional e internacional, como intromissão – e não é a primeira – nos assuntos internos e na competência da Igreja. Estou disposto a dar a vida por esta causa. Se me quiserem prender – conforme o Advogado querelante há 14 anos preconizava, – estou às ordens. Só assim o mundo saberá quanto nosso Judiciário é corrupto e arbitrário.


Diante da gravidade do assunto escreverei nova cartilha para apontar as mazelas do Judiciário e assim colaborar na sua urgente reforma. Ou o Brasil muda o Judiciário ou o Judiciário acaba corrompendo o Brasil. Parafraseando S. Gregório VII, posso dizer: “porque amei a justiça e odiei a corrupção, fui condenado pelo Judiciário brasileiro”. Deus nos proteja e guarde!
Apelo para o Supremo Tribunal de Jesus Cristo, o Justo Juiz!


Fonte: G1 - 01/11/2011 10h35 

6 comentários:

Luís Carlos do BF ! disse...

A VEJA SÓ FAZ O QUE FAZ, COM ÓDIO E MUITA INVEJA.

POR QUE ESTA SUJÍSSIMA REVISTA, NÃO CRITICOU OS DEMOTUCANOS EM SUA ÉPOCA.

FHC, MALAN, SERRA, ALKMIN, TASSO E OUTROS PATETAS, NUNCA FORAM CRITICADOS PELA VEJA.

OS GRANDES NEGÓCIOS EM SÃO PAULO DE 16 ANOS DE TUCANOS POR LÁ.

SABEM POR QUE????

DINHEIRO MUITO QUE A REVISTA RECEBIA DE SERRA E FHC. PARA SILENCIAR E FICAR BEM CALADINHA.

ESSES TURCOS DA FAMÍLIA CIVITA, NÃO TÊM ESCRÚPULOS MINHA GENTE.

Luís Carlos do BF ! disse...

VEJAM QUE ESTRATÉGIA DO ATUAL PREFEITO DE BOA VIAGEM.

CASO ELE VENHA A SER VETADO PELO TRE, POR TER A FICHA IMUNDA, DIGO SUJA.

ELE JÁ TEM O SEU PLANO B. TRATA-SE DE MONSENHOR ORLANDO LIMA, QUE JÁ TRANSFERIU O TÍTULO PARA BOA VIAGEM, E SE FILIOU AO PSD.

VEJAM BEM, E ANALISEM:

PLANO A - FICA COMO ESTÁ, ELE NA PREFEITURA E O BEBINHO, DIGO O ISMAEL NA VICE.

PLANO B - MONSENHOR ORLANDO PARA PREFEITO E ESAÚ FRAGOSO, PARA VICE.

NÃO HÁ OUTRA SAÍDA PARA ELE.

Eudson Júnior disse...

Professores Estaduais do Ceará podem receber o maior aumento do Brasil: 15%

Em mais uma reunião realizada na sexta-feira, 4/11, com a diretoria do Sindicato Apeoc e demais representantes dos professores estaduais, o Governo do Estado apresentou sua proposta de aumento salarial para a categoria: 15% para todos os professores da rede estadual, sem exceção, sejam efetivos, temporários, aposentados ou pensionistas.

Este aumento seria implantado em duas parcelas: a primeira, de 7,5%, retroativa a 1o. de novembro, já seria recebida neste mês; e a segunda, de outros 7%, valeria a partir de 1o. de janeiro.

O aumento de 15% para toda a categoria é o maior do país concedido em 2011 aos professores estaduais.

Além destes 15%, os professores com título de Mestrado receberão uma gratificação adicional de mais 10%, totalizando um ganho salarial de 25%. E os professores com Doutorado terão um aumento extra de mais 30%, recebendo no total 45% de ganho em seus vencimentos.

A título de exemplo: com este aumento, o salário médio dos professores ativos do Ceará passará a R$ 3.000,30; o dos professores com Mestrado do nível 27 será de R$ 3.631,05; e os Doutores do nível 30 passam a receber R$ 4.553,67.

O Governo propõe também uma formula inédita para garantir uma fonte estável e segura para os aumentos salariais a serem negociados com os professores em 2012, 2013 e 2014: o aumento progressivo da parcela dos recursos do FUNDEB (Fundo da Educação Básica) destinada exclusivamente ao pagamento de salários.

Em 2011, 71% dos recursos do Fundeb no Ceará estão sendo destinados aos salários. O Governo propõe aos professores aumentar esta parcela para 75% em 2012, e para 80% em 2013 e 2014, garantindo assim o aumento do volume de recursos disponível exclusivamente ao pagamento de salários do Magistério. O Ceará, com esta fórmula, torna-se o primeiro Estado do Brasil a vincular receitas a salários.

O Governo propõe, ainda, iniciar já em 2012 a implantação progressiva do regime que reserva 1/3 da carga horária do professor a tarefas de planejamento, que seria concluída até 2014.

O Governo do Estado aproveita para reafirmar o seu compromisso com a melhoria das condições salariais do Professor Estadual, com a modernização da carreira do Magistério e com a contínua expansão no Ceará de uma educação pública de qualidade para todos.


04.11.2011
Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado
Casa Civil

LURDINHA FACA AFIADA disse...

ESSE PLANO B TEM TODA RAZÃO. É BOM TAMBÉM PARA IGREJA DE QUIXADÁ QUE SE LIVRA DESSE MALA SEM ALÇA. SE GANHAR NÓS FICAMOS COM O PROBLEMA.

Anônimo disse...

Será que Monenhor aceitaria ser mandado pela irmã Ana Assef? Ou cuidar da mega-empresa construída com salário de professorinha do estado?

Anônimo disse...

AH SE EM BOA VIAGEM TIVÉSSEMOS UM PASTOR OU PADRE COM ESSA CORAGEM E DISPOSIÇÃO DE LUTAR CONTRA A CORRUPÇÃO. O ÚLTIMO QUE SAIU DA CATÓLICA ERA UM ADULADOR E CONINVENTE DA CORRUPÇÃO DO PREFEITO ASSEF. TANTO É QUE AGORA SE FILIOU AO PSD, PARTIDO QUE REPRESENTA O SUPRA-SUMO DA DITADURA MILITAR, DA CORRUPÇÃO. SERÁ QUE ELE TÁ QUERENDO SE CANDIDATAR EM BVIAGEM? SERÁ QUE DARIA CARGO DE ASSESSOR OU SALÁRIO FANTASMA A ALGUM ASSEF?