A revanche dos renegados
Kamila Fernandes29 Mai 2010 - 17h30min - O POVO, 30.05.2010.
-->Desde o século XV, XVI, nós do mundo ocidental sabemos que a Terra é redonda e dá voltas (parece que os gregos lá na Antiguidade já sabiam disso há muito mais tempo, mas, como foram deixados de lado por mais de um milênio, tivemos de ``descobrir`` tudo de novo).
Kamila Fernandes29 Mai 2010 - 17h30min - O POVO, 30.05.2010.
-->Desde o século XV, XVI, nós do mundo ocidental sabemos que a Terra é redonda e dá voltas (parece que os gregos lá na Antiguidade já sabiam disso há muito mais tempo, mas, como foram deixados de lado por mais de um milênio, tivemos de ``descobrir`` tudo de novo).
E nessas voltas que a vida dá, recorrentemente acontecem aquelas situações chamadas de ``ironia`` da vida. Nesse momento, o Brasil assiste de camarote a um desses momentos singulares, mas só entende quem tem memória. Então, vamos a ela.
CENA 1, DEZEMBRO DE 2001
O PSDB, partido forte que buscaria, no ano seguinte, se manter no poder para a sucessão de Fernando Henrique Cardoso, tem uma disputa interna bastante quente, com as pré-candidaturas do então governador Tasso Jereissati, do Ceará - que em 1994 já tinha sido cotado também para ser candidato a presidente da República, perdendo espaço para o sucesso do Real -, e José Serra, o famoso ministro da Saúde que criou os genéricos e derrubou patentes de remédios para aids, mas que até ali não havia conquistado uma única eleição majoritária para o Executivo.
Apesar de nunca ter dito com todas as letras, Tasso queria mesmo ser candidato, mas numa reunião em Brasília onde participaram FHC e outros tucanos da cúpula, ficou claro para o cearense que o preferido do presidente era mesmo seu ministro da Saúde, que não mediria esforços para chegar onde queria. Depois dali, Tasso deixou sua disposição de lado e o efeito da rejeição foi imediatamente percebido: no lugar de reforçar a pré-candidatura do companheiro tucano, Tasso passou a dar apoio a outro nome da base governista, o da então governadora do Maranhão, Roseana Sarney (ex-PFL, hoje no PMDB). Roseana tomou gosto pela ideia.
No início de 2002, seu nome aparecia como a principal opção governista para suceder FHC e impedir a ``ameaça Lula`` de chegar ao poder. Sonho alimentado até 1º de março daquele ano, quando a Polícia Federal invadiu a sede da empresa de seu marido, a Lunus, em São Luís, encontrando ali mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo, que seria usado para a campanha presidencial da governadora. Sem Roseana no caminho, Serra foi confirmado presidenciável do PSDB, mas sem o apoio do PFL nem de Tasso, que fez campanha velada para seu parceiro Ciro Gomes (então no PPS, hoje ainda no PSB).
CENA 2, ELEIÇÕES DE 2006
O PSDB tenta impedir a reeleição de Lula e novamente há uma disputa interna no partido, mais uma vez com José Serra no páreo, só que contra outro paulista, Geraldo Alckmin, então governador de São Paulo. Após longa discussão interna, concluiu-se pela candidatura de Alckmin. Candidato ao Governo de São Paulo, Serra, contudo, não entra de cabeça na campanha do colega de partido, que, no fim, consegue até a façanha de levar o pleito ao segundo turno, mas acabou a segunda etapa com menos votos do que na primeira. CENA 3, DEZEMBRO DE 2009
O PSDB, partido que já amarga quase uma década fora do poder, aposta todas as suas fichas para o retorno ao Planalto na disputa do ano seguinte, já que Lula não estará mais no páreo. Internamente, nova concorrência pela cabeça de chapa presidencial, e novamente José Serra protagoniza o duelo, e contra um antigo aliado de Tasso, Aécio Neves, governador de Minas Gerais. Tasso chega a propor até prévias no modelo dos Estados Unidos para definir a escolha, o que foi logo debelado pelo grupo de Serra. Com a indefinição do governador de São Paulo (que não assumia publicamente sua pretenção) e a forte pressão interna, Aécio bate em retirada, mas não sem demonstrar certa mágoa. Mais uma vez, o PSDB paulista se sobrepõe ao PSDB ``nacional``, só que dessa vez acertando em cheio o Estado que concentra o maior percentual de eleitores do País, Minas.
Para evitar que Aécio repita o que Tasso fez em 2002, os tucanos tentam de todo jeito forçar o mineiro a aceitar o prêmio de consolação, a vice de Serra, mais para amarrá-lo do que para fortalecer de fato a chapa (como já ouvi mais de uma vez, se o vice é tão importante para conseguir votos, por que não torná-lo o candidato de fato?). Com o não de Aécio, dito desde que renunciou a disputa presidencial, mas reforçado esta semana, os serristas correm agora para Tasso, que também já rejeitou a hipótese. Recusas que aprofundam o mau momento pelo qual passa a campanha de Serra, com uma queda que não para nas pesquisas e que só fortalece sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT).
Três cenas diferentes, mas com enredo e personagens que se repetem. Só que nas voltas que a vida dá, nem sempre a reação dos renegados obedece a lógica dos que renegam, a da obediência. O problema é que todo esse jogo que vem se repetindo desde 2001 tem causado enormes prejuízos ao PSDB, que vem perdendo espaço em vários Estados, reduzindo o número de lideranças e não conseguindo se renovar. Talvez tenha passado da hora de o partido parar para pensar como um grupo coeso, no qual as diferenças são discutidas, não atropeladas por certa vontade hegemônica (que nem é tão hegemônica assim), para que as candidaturas da sigla sejam mesmo dos tucanos, não de um ou outro. Por enquanto, a estratégia preponderante foi a derrotada.
* A manchete é deste blog.
* A manchete é deste blog.
11 comentários:
Porque nao mostarem: Jose Genuino, Jose Dirceu, Guimaraes,
´Num tem nada a ver, mostrar esses três em que? a matéria tá falando das derrotas do PSDB e das traições do tasso,se tiver falando em corrupsão mostra onde é que tá alguma condenação desses três do PT.
Colegas blogueiros,
Ainda há uma estratégia que o tucano Aécio, está tentando implantar. Serra caindo nas pesquisas, Aécio seria chamado para cabeça de chapa. Nessa caso Serra seria o vice, e o Aécio o candidato a Presidência. Resta agora saber, se o ambicioso, arrogante e pretensioso, ex Presidente FHC, e o seu Paulistério concordaria com esse novo fato. Do jeito que a coisa anda, dona Dilma vai deslanchar, aliás, ela já está deslanchando. Segundo algumas amostragens de institutos de pesquisas, dona Dilma já ultrapassou o Serra.
Alfredo voce e sua turminha do PT ainda nao acordaram, voces acham qua a dilma e a continuidade de LULU? cada pessoa tem seu carisma e nao transfere para ninguem nao, A Dilma nao passa de uma GIBAO do lula e depois de eleita lula nao vai poder dizer como se corompe um congresso nao.
e outra coisinha aqui no nordeste e facil enganar a nos que somos passa fome mais o retante do pais sabe que nao tem mais como voltar a traz nao. todo estes programa do gonverno independente de quem ganhe VAI CONTINUAR ,GRACINHAS
MANELZINHO QUER MAIOR DERROTA QUE ESTE TRES MOSTRARAM EM NOSSA JUSTIÇA, ROUBARAM, CORROMPERAM ETC E NADA FOI FEITO POIS O PAI LULA ABAFOU. E TEM MAIS COMO ACABOU AS ENVESTIGAÇOES DA MORTE DAQUELE PREFEITO DO PT? AS VEZES PERDER NAO QUER DIZER DEROTA NAO, POIS O NANDINHO VENCEU, MAIS PARA O NOSSO POVO ISSO FOI DERROTA.
Ao contrário Carlos, assim como a grande maioria dos brasileiros estou bem acordado. Está bem acordado, nesse momento histórico, é lutar para não deixar o País voltar a ser governado pelo neoliberalismo que quebrou o Brasil por duas vezes; que vendeu (vendeu ou doou?) quase todas as estatais sem nenhuma contrapartida digna de registro; que desmoralizou o País no exterior; que estagnou a economia...Está bem acordado é comparar o Brasil de antes e de agora. Nada de versões, mas comparando todos os números oficiais, insofismáveis, que mostram o melhor momento na história do País.
A eleição da Dilma representa ainda outro grande avanço, inclusive na política. É um novo ciclo que substituirá a figura central de um dirigente, de forte carisma e força política pessoal, pela construção mais coletiva de um projeto de País. É a continuidade sem continuísmo. Isso é muito bom para a democracia. É um estágio de amadurecimento da democracia brasileira. Se bem que esse prestígio pessoal do Lula é fruto dos acertos do governo como um todo. Se o governo estivesse mal garanto que ninguém estava falando de carisma do Lula...
Outra coisa que não se sustenta: a vitória já se desenha em todas as regiões do Pais. No momento, a tucanada/pefelista só tem vantagem no Sul...Será por pouco tempo!
Carlos me mande o local ond eu posso encontrar a decisão dajustiça dizendo que esses três roubaram, mataram e num sei mais o que, disseram que o Papa apoiou os crimes dos padres pedófilos só porque disseram isso é verdade? O Lula manda nesses juizes? o que a gente ver é esses juízes tudo lascando o pt e protegendo o psdb é só olhar as decisões sobre a propaganda política na televisão. Conta outra mei vei parajusticar essa tua paixão pelo atraso do FHC e da turma dele.
Carlos, agradeço seu comentário postado contestando meu ponto de vista. Dilma Presidente, a estratégia é fazer com que todas as obras sejam concluidas, pois a própria Dilma é a mãe do PAC. Como você sabe, o Brasil hoje é um verdadeiro canteiro de obras, fazem 8 anos que nós estamos crescendo muito. Dona Dilma concluirá tudo aquilo que o Governo Lula não tiver tido tempo de concluir. Isto chama-se sintonia, entre aquele que vai sair, e aquela que vai entrar. Logicamente no decorrer de seu futuro governo, dona Dilma, implantará seu estilo próprio de governar, isso é óbvio em qualquer governante. Nosso Lula, não sei se você sabe, irá ocupar um cargo internacional, tudo indica na ONU.
Portanto, dona Dilma terá muita tranquilidade para trabalhar. Finalmente, quero lhe informar que eu e minha turminha do PT, conforme você chama, estamos bem acordados, lúcidos, atentos a tudo que se refere ao nosso querido e amado Brasil. Passe bem.
Essas figuras entreguistas, manobrados pelos interesses americanos, querem voltar ao poder para continuarem a liquidar o patriônio nacional. Recente documento, da época do FHC, mostra que queriam privatizar, vale dizer, doar aos capitalistas banqueiros, o BB, a CEF e outros mais.Tudo para obedecer ao ditames do FMI.
"FHC queria privatizar bancos e estatais de energia
16/04/2010
No documento constam detalhes de como seria feito o processo de privatização
Um memorando de Política Externa elaborado pelo Ministério da Fazenda em 1999, e recentemente obtido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), comprova que o Governo Fernando Henrique Cardoso estudou a privatização de bancos públicos, entre eles o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, e pretendia também transferir ao setor privado outros ativos na área de geração e transmissão de energia.
No dia 8 de março de 1999, o memorando do Ministério sobre o “ajuste fiscal” que seria realizado pelo Governo FHC destacava que o “programa governamental, apoiado pelo FMI, Banco Mundial, BID, BIS e pela maioria dos países industrializados” teria continuidade com a “redução do papel dos bancos públicos na economia”.
O documento da Fazenda lembrava que “o Banco Meridional, uma instituição federal, foi privatizado em 1998” e anunciava que “em 1999 o sexto maior banco brasileiro, o Banespa, agora sob administração federal, será privatizado”. Além disso, o governo estudava vender instituições públicas como o “Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES”. Eles estariam sujeitados a “possíveis alienações de participações”, com “vendas de componentes estratégicos, transformação em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha”.
Segundo o memorando, o governo já havia decidido privatizar a administradora de ativos afiliada ao Banco do Brasil (BB/DVTM) e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) reiterando o compromisso de “acelerar e ampliar o escopo do programa de privatização, que já se configura como um dos mais ambiciosos do mundo”.
O documento anunciava ainda que, em 1999, o Governo FHC pretendia “completar a privatização das companhias federais geradoras de energia” e, em 2000, iniciar “o processo de privatização das redes de transmissão de energia”.
http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?s=privatiza%C3%A7%C3%A3o+de+bancos&x=18&y=13
O pt do Ceará que tem em seu quadros excelentes militantes trocou a oportunidade de eleger um governador em 2006, pelo apoiamento a reeleição da incompetente prefeita LUIZIANNE e hoje está de calças na mão diante do todo poderoso e vingativo CID GOMES, que já avisou para o PT é a a vaga de vice, e se Quiser. PIMENTEL TALVEZ O MELHOR QUADRO DO PT CEARENSE E UM DOS MELHORES DO BRASIL, ESTAR RODADO PARA SENADOR, sem o apoio do governador e do PMDB e com o peso do desgaste de Luiziane infelizmente corre pra desistencia ou a derrota.
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