Uma versão sobre o adeus do PSDB ao ninho cidista
Com o título “PSDB no Governo: entrou cedo e saiu tarde”, o publicitário Ricardo Alcântara escreve artigo para o Blog.
Jogado para fora da bem pavimentada pista do governismo depois de levar um “canto de carroceria” dos seus mais tradicionais aliados do PFG (Partido dos Ferreira Gomes), o senador Tasso Jereissati logo vislumbrou, como a menos humilhante das despedidas, a chance de fingir que a decisão foi sua e o fez com o amargor bilial de sempre. Mas nada houve de voluntário em tudo aquilo: foi uma porta na cara que o levou para as ruas.
Até aí, versões, nada mais que versões. O fato: derrotado nas urnas de 2006 por uma coligação ancorada no projeto popular do presidente Lula, o tucanato negou-se a cumprir o papel de oposição que o eleitor lhe reservou e desde cedo aninhou-se à sombra amena dos favores governistas ao preço de manter sua base municipal e ao custo de sua própria identidade. Assim, quem pouco tolerava antes, passou a fechar os olhos para muitas coisas.
Na operação intempestiva de 2006, deixaram a cabine de comando para se alojar nos porões. Foram provar carne de segunda em meio à marujada e lá ficaram até o dia em que um suprimento adicional de ração lhes foi negada. Lançados ao mar tão logo Cid Gomes (PSB) se rendeu à imposição da realidade de que havia excesso de tripulantes, passaram a atirar no barco como se o tivessem abandonado e não expelidos à incerteza.
Eis o que narram os próprios fatos. O mais, versões. Nada mais que versões.
* Ricardo Alcântara, poeta e publicitário.
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