domingo, 31 de maio de 2009

A HIPOCRISIA DO PSDB E DO SENADOR TASSO JEREISSATI.


Cenário Eleitoral para 2010 no Estado do Ceará.

Todos os que acompanham com atenção a política do Brasil sabe como custa caro ao povo brasileiro a dificuldade de formação de maiorias governamentais, a partir do resultado das urnas. O mais comum, infelizmente, é assistirmos eleições profundamente fragmentadas, sem que nenhum partido político saia das urnas com uma base política sólida para governar de acordo com o seu programa de governo. De regra, mesmo ganhando a eleição o partido vencedor da eleição majoritária não consegue formar a maioria parlamentar que lhe permita governar, sem que tenha que recorrer a acordos com forças antagônicas, tudo em nome da governabilidade, o que abre caminho para rebaixamento dos programas partidários e de governo. É essa a razão, por exemplo, de termos várias personalidades políticas na linha de frente de tudo que é governo. Para 2010 o cenário não se apresenta diferente. Aqui no Ceará, por exemplo, o PSDB sofreu fragorosa derrota em 2006. Como o PSDB do Ceará é formado, essencialmente, pelas viúvas da ditadura militar, com honrosas exceções, as mesmas que serviram com dedicação à ditadura e a todos os governos que lhe sucederam, após a derrota de 2006 imediatamente aderiram ao governo Cid Gomes, cuja eleição foi operada a partir de vitoriosa articulação comandada, no âmbito do PT, pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, que, à época, colocou no tabuleiro os nomes professor Francisco Pinheiro, e do nosso Diretor Deodato Ramalho para vaga de vice-governador, afinal destinada àquele. Esses setores fisiológicos da política brasileira seguem à risca, de modo invertido, a máxima de que "hay gobierno soy contra", ou seja, "hay gobierno soy a favor". No Ceará essa máxima se consagrou na política "sandovaliana", que é uma referência a ex-deputado estadual, Sandoval Bastos, que mudava de lado de quatro em quatro anos com a justificativa de que não era ele que mudava, mas os governos é que mudavam de quatro em quatro anos.
O PSDB do Ceará, comandado pelo senador Tasso Jereissati, que no plano nacional sustenta um duro discurso contra o presidente Lula e contra o PT, não se acanha, no entanto, de trabalhar nos bastidores por uma aliança branca com o PT com o fim de tentar se reeleger senador da República. O senador é mestre na traição. De fato, eleito em 1986 na onda (positiva) do Plano Cruzado e graças ao empenho do então presidente da República, José Sarney, e do então governador Gonzaga Mota, assim que assumiu rompeu com o ex-governador, iniciando um duro processo de queimação do mesmo, para, mais à frente, também romper com o Sarney, então já em desgraça com a queda de popularidade. Em 2002 traiu o candidato a presidente de seu novo partido (PSDB), José Serra, para apoiar o então candidato Ciro Gomes. Em 2006, mostrando sua índole oportunista, traiu o candidato de seu partido, o ex-governador Lúcio Alcântara. Agora para 2010 articula, desesperadamente, uma aliança, ainda que de bastidores, com a chapa a ser liderada pelo atual governador Cid Gomes, nem que tenha que incluir o PT que ele - no falso discurso - combate duramente. A articulação inclui, inclusive, a possibilidade de cristianização de um candidato a ser lançado, formalmente, pelo PSDB. A cristianização foi inaugurado no Brasil na época do getulismo, que consistiu no lançamento da candidatura de Cristiano Machado, em 1950, pelo PSD Mineiro, tudo para facilitar a vitório do candidato real do sistema que era o manhoso ex-ditador Getúlio Vargas. O pai do senador, Carlos Jereissati, era, então, um expoente do esquema getulista. Tal pai, tal filho!
A estratégia funcionou assim, como relata o jornalista Merval Pereira: Em 1950 o Brasil foi as urnas escolher o presidente da República. Os três grandes partidos da época lançaram candidatos. A UDN veio de Brigadeiro Eduardo Gomes, com seu inacreditável lema de campanha Vote no Brigadeiro, ele é bonito e é solteiro - a reserva moral da nação ! O PTB lançou Getulio Vargas, com o bordão Ele voltará ! Já o PSD lançou o político mineiro Cristiano Machado , com o mote de campanha Vote Cristiano - a cigana não se engana (uma cigana tinha lido a mão dele e apontado a vitória nas eleições ) .
Acontece que a cigana se enganou redondamente e o desempenho eleitoral de Cristiano Machado não foi digno nem de um candidato a síndico de condomínio. Uma das razões foi a seguinte: muitos líderes do partido do candidato, o PSD, apoiaram formalmente Cristiano mas acabaram fazendo campanha descarada para Getúlio Vargas. Cristiano foi, enfim, rigorosamente abandonado pelo próprio partido, que debandou para uma candidatura que pareceu mais viável.
E assim caminha a nossa política. Com oportunismo descarado, infidelidades partidárias, hipocrisias, muita mentira, e uma superdose de manipulação da opinião pública, dos eleitores, tudo, obviamente, forrado com uma montanha de dinheiro para garantir as vitórias, que para o povo, muitas vezes, significa uma vitória de Pirro.

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10 comentários:

Deodato Ramalho disse...

Transcrevo, abaixo, o comentário do jornalista Fábio Campos, que vem bem a calhar com essa postagem que fiz sobre as eleições em 2010.

"Sem a janela, vale a fidelidade
Fábio Campos
30 Mai 2009 - 15h25min


“Política é tão excitante quanto a guerra e tão perigoso quanto. Na guerra só se morre uma vez, enquanto que na política morre-se muitas vezes”. A frase atribuída ao estadista Winston Churchill poderia ganhar um carescimo bem brasileiro: na política morre-se muitas vezes e ressuscita-se outras tantas. A reforma política também. Ela acaba de morrer pela enésima vez depois de ressuscitar outras tantas. Não há dúvida que a idéia ressuscitará em breve, logo após a próxima crise. Do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM): “1. Não haverá Reforma Política este ano. 2. Não haverá convocação de assembleia constituinte para reforma política em 2011. 3. Não haverá janelinha para mudar de partido. 4. Não haverá redução do prazo de filiação partidária.” Maia provavelmente está certo. É sinal que, em 2010, o País vai realizar eleições de governador, deputado e senador com base nas mesmas regras que geraram as mesmas crises de agora. Sendo assim, aguardem para os próximos anos novas crises envolvendo novos e velhos personagens. Então, novamente reclamaremos a reforma política. Em tempo: caso a previsão de César Maia vingar, a inércia parlamentar praticamente matou a tal da janela, o buraco por onde muitos pretendem se jogar escapando da infidelidade partidária.

REFORMA POLÍTICA NÃO CONSERTA CARA DE PAU
Clama-se pela reforma é política, mas ela jamais será capaz de reformar a moral e a cretinice de certos personagens. Vejam ao ponto em que chegamos: o presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB), um ex-presidente da República que é do Maranhão, mas busca se eleger pelo Amapá, possui uma faustosa casa em Brasília. Uma reluzente mansão na beira do lago. Também tem direito a uma mansão funcional por ser presidente do Senado. Mesmo assim, o homem embolsou R$ 3.800 mensais nos últimos meses por conta do “auxílio moradia”. Flagrado, Sarney pediu desculpas à Nação. Depois de negar com veemência que estava recebendo a benesse, disse o seguinte: “...Por um equívoco, a partir do meio de 2008, verificaram que realmente estavam depositando na minha conta... Mas eu já mandei dizer que retirassem porque nunca requeri e tinha a impressão que não estava recebendo. Eu dei uma informação errada e peço desculpas”. “Impressão” é? Parte dos destinos do País passa pelas mãos de um político que tem a impressão que sua conta bancária não contabilizava R$ 3.800 extras. Que maravilha! Para cara de pau, não há reforma política que dê jeito. Em tempo: o ladrão de galinha vai preso se devolver a penosa e pedir desculpas ao dono.

RESTA UMA BOA IDÉIA
Havia a luminosidade de um vaga-lume no fim do túnel. Experiente, profundo conhecedor do Congresso, o deputado federal José Genoino (PT-SP) havia idealizado uma ótima saída para o impasse em torno da reforma política. É o seguinte: pega-se uma antiga PEC dos ex-deputado Luiz Carlos Santos que está prontinha para ser votada e junta-se com outras duas propostas de autoria dos deputados Miro Teixeira (PDT-RJ) e Flávio Dino (PCdoB-MA). Feito isso, seria providenciada uma emenda aglutinativa para aprovar a realização de uma revisão constitucional em 2011. Ou seja, o País faria uma revisão exclusiva para tratar somente dos artigos da organização dos poderes e do sistema político e eleitoral. Com os parlamentares eleitos em 2010, a revisão funcionaria paralelo à Câmara e ao Senado. As sessões seriam unicamerais, como na Constituinte de 1987-1988 e as propostas seriam aprovadas com os votos da maioria absoluta. Tal circunstância permitiria aprovar mais facilmente as mudanças. Genoino defende que esse Congresso especial teria tempo de vida limitado, de 15 de março de 2011 e 15 de novembro de 2011. Depois disso, os resultados ainda seriam submetidos a referendo popular nas eleições de 2012."

Amâncio disse...

Deodato li na coluna do Alan Neto de hoje: é verdade? Se for Fortaleza ganhou um baita de um Secretário comprometido com as questões coletivas e públicas. Enquanto isso na nossa Boa Viagem, sua terra Natal os corruptos se fartam...

(...)

Tal parto da montanha, secretariado de Luizianne chega com seis meses de atraso. Tanto tempo de espera, expectativa esvaiu-se, virou lugar comum. Alguns nomes de peso - Cambraia, Deodato Ramalho, Luiza Perdigão, Patrícia Aguiar. Da atual equipe só 30% permanecerão. Só?

Deodato Ramalho disse...

Realmente Amâncio há essa especulação. Independente de qualquer coisa, muito me honra a grande receptividade a essa possibilidade, na linha do que saiu hoje na coluna do Alan Neto. Amanhã viajarei a Curitiba para uma audiência de processo que acompanho lá no Paraná. Estarei de volta a Fortaleza na quarta. Até sexta-feira as coisas estarão se definindo, inclusive com uma resposta minha às duas possibilidades que estão colocadas. Realmente, a SEMAM seria um grande desafio, pelo muito que se tem de fazer e pela extraordinária importância dessa Secretaria na vida da cidade.

Anônimo disse...

A administração do Fernando Assef está tão boa que é de fazer até o Sampaio sentir falta da MARIA DIAS.

Anônimo disse...

Nem sempre convém virarmos a página, por vezes, é preciso rasgá-la. (como a página da corrupção em Boa Viagem, por exemplo).

Anônimo disse...

Ao Dr. Deodato

Seja forte! não como uma onda que tudo destrói, mas como uma rocha que tudo suporta.

Que a sede de justiça e verdade nunca se extinga do seu coração.

Quem luta pela verdade pode não vencer mas certamente, não será culpado pala derrota.

Anônimo disse...

Ao Monsenhor Orlândo.

Cem vezes feliz é o povo a quem a religião pede que acredite apenas em Coisas Verdadeiras.

As más conversações corrompem os bons constumes.

Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova. (Gandhi)

Deodato Ramalho disse...

Esse sempre foi o meu Norte. Não fora isso, evidentemente, já teria capitulado. Sucesso, para mim, é isso.

Alfredo Carlos ! disse...

Amigos fraternos, O Dr. Tasso tem que tomar muitos cuidados, o cenário aqui no Ceará, não está muito favorável para ele não. Ele terá que se encostar em Cid Gomes, pois está sozinho e vai lutar por uma das duas vagas para o Senado. Ocorre que uma das vagas é para o PMDB, a outra é para o PT, dessa forma Dr. Tasso, está em maus lençóis. Vai ter que correr por fora igual o Pai dele fez no passado. O PSDB hoje só tem 10 deputados Estaduais, na Capital A Prefeita não admite de forma nenhuma apoiar Dr. Tasso. Para piorar mais sua situação, Ciro Gomes, seu dileto amigo, já anunciou que disputará a Presidência da República, não sobrando tempo portanto para ficar somente no Ceará.

Anônimo disse...

ei!! PETISTASSS... cuidado... quanto mais alto a estrela subir maior será a queda...kkkkk brincadeirinha... será!!!!