Nota da CNBB sobre o uso criminoso da religião pela campanha de José Serra
 Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz
O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO
“Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão” (Salmo 85)
Comissão Brasileira Justiça e Paz, Organismo da CNBB
O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO
“Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão” (Salmo 85)
A Comissão Brasileira Justiça e Paz  (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a  religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades  para o voto livre e consciente. 
Desconsideram a manifestação da  presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de  setembro, “Na proximidade das eleições”, quando reiterou a posição da  48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses  grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo  erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a  candidatos nestas eleições.
Continua sendo instrumentalizada  eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato  que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se  afastarem de nossas comunidades e paróquias.
Constrangem nossa conciência  cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade  da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os  cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.
Os eleitores têm o direito de  optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência  lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e  os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da  dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e  cidadãs, principalmente dos empobrecidos.
Nesse sentido, a CBJP, em  parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por  emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da  Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na  perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente,  co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título:  “Eleições 2010: chão e horizonte”.
A Comissão Brasileira Justiça e  Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que  norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom  Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir.  Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a  liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade  de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e  irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa  humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.
Compartilhamos a alegria da luz,  em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como  aprimoraramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a  sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a  serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.
Brasília, 06 de Outubro de 2010
Comissão Brasileira Justiça e Paz, Organismo da CNBB
Leia mais em: ¹³ O ESQUERDOPATA ¹³: Nota da CNBB sobre o uso criminoso da religião pela campanha de José Serra
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