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O POVO Online/OPOVO/Fortaleza    Extinguir os focos do mosquito da dengue deve  ser tarefa cotidiana no combate à doença. Porém, os números mostram que  muita gente não está mantendo depósitos de água cobertos e quintais  limpos. Em Fortaleza, 95,76% dos bairros têm índice de infestação das  residências pelo Aedes aegypti superior a 1%, percentual recomendado  pelo Ministério da Saúde.
 
O bairro Quintino Cunha é o  que apresenta maior índice: 8,35%. Isso significa que a cada 100 casas  analisadas pelos agentes de endemias do Município, em cerca de oito  foram encontradas larvas do mosquito. Os moradores da região reclamam  que, enquanto uns são cuidados, outros não ligam para a prevenção da  doença. 
“Os agentes sanitaristas falam que estão encontrando  (mais casos de dengue). Aqui tem muito terreno baldio”, comenta a  professora Gisolda Falcão, 45. Pela avenida Emília Gonçalves, uma das  principais do bairro, é possível encontrar muitos pontos de lixo,  principalmente no canteiro central. A casa de Neci dos Santos, 57, se  destaca na avenida. No local, são vendidos móveis e materiais usados,  que se acumulam na calçada. “Vivo olhando, derramo a água”, garante.
Segundo  a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), outros bairros com alto  percentual de infestação são: Cambeba (7,46%), Conj. Ceará (6,52%),  Granja Portugal (6,52%), Benfica (6,3%) e Ancuri (6,28%). (ML) 
 
SAIBA MAIS
Por  causa da situação da dengue no Ceará, o  Ministério da Saúde liberou R$  4 milhões. Os recursos devem ser  investidos nas áreas de média e alta  complexidades do Estado, o que  inclui aquisição de insumos e materiais  para o atendimento aos doentes,  além de manutenção dos leitos  hospitalares.
Os R$ 4 milhões  serão enviados aos fundos de  Saúde Estadual e de Fortaleza. Cada  instância receberá R$ 2 milhões. A  decisão foi publicada no Diário  Oficial da União de ontem.
Parte dos recursos será destinado para a manutenção, por 90 dias, de 90 leitos exclusivos para pacientes com dengue. 
Além disso, a verba deve  permitir a ampliação do horário de funcionamento das unidades básicas de saúde.
A   liberação de  recursos foi cogitada pelo Ministro da Saúde, Alexandre   Padilha, em visita ao Estado no mês de fevereiro. Na ocasião, Padilha   participou da campanha de mobilização contra a dengue.
O   Estado recebeu ainda mil bolsas com materiais para atividades de campo,   200 mil envelopes de sais de reidratação oral, 150 mil comprimidos de   paracetamol e 20 mil frascos de soro fisiológico.
MAIS:
Dengue
                      Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
                                                              Dengue é a enfermidade causada pelo vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus, que inclui quatro tipos imunológicos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.[1] A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.Ele se chama Aedes Aegypti.
 A dengue tem, como hospedeiro vertebrado, o homem e outros primatas, mas somente o primeiro apresenta manifestação clínica da infecção e período de viremia de aproximadamente sete dias. Nos demais primatas, a viremia é baixa e de curta duração.[2]
 Provavelmente, o termo dengue é derivado da frase swahili "ki dengu pepo", que descreve os ataques causados por maus espíritos e, inicialmente, usado para descrever a enfermidade que acometeu os ingleses durante a epidemia que afetou as Índias Ocidentais Espanholas em 1927-1928.[2] Foi trazida para o continente americano a partir do Velho Mundo, com a colonização no final do século XVIII. Entretanto, não é possível afirmar, pelos registros históricos, que as epidemias foram causadas pelos vírus da dengue, visto que seus sintomas são similares aos de várias outras infecções, em especial, a febre amarela.[3]
 Atualmente, a dengue é a arbovirose mais comum que atinge o homem, sendo responsável por cerca de 100 milhões de casos/ano em população de risco de 2,5 a 3 bilhões de seres humanos.[4] A febre hemorrágica da dengue (FHD) e síndrome de choque da dengue (SCD) atingem pelo menos 500 mil pessoas/ano, apresentando taxa de mortalidade de até 10% para pacientes hospitalizados e 30% para pacientes não tratados.[3]
 A dengue é endêmica no sudeste asiático e tem originado epidemias em várias partes da região tropical, em intervalos de 10 a 40 anos. Uma pandemia teve início na década dos anos 50 no sudeste asiático e, nos últimos 15 anos, vem se intensificando e se propagando pelos países tropicais do sul do Pacífico, África Oriental, ilhas do Caribe e América Latina.[5]
 Epidemias da forma hemorrágica da doença têm ocorrido na Ásia, a partir da década de 1950,  e no sul do Pacífico, na dos 80. Entretanto, alguns autores consideram  que a doença não seja tão recente, podendo ter ocorrido nos EUA, África do Sul e Ásia, no fim do século XIX e início do XX.[6] Durante a epidemia que ocorreu em Cuba, em 1981, foi relatado o primeiro de caso de dengue hemorrágica, fora do sudeste da Ásia e Pacífico. Este foi considerado o evento mais importante em relação à doença nas Américas.[7] Naquela ocasião, foram notificados 344.203 casos clínicos de dengue,[4] sendo 34 mil casos de FHD,[3] 10.312 das formas mais severas, 158 óbitos (101 em crianças). O custo estimado da epidemia foi de US$ 103 milhões.[4]
 Entre 1995 e o início de 2001, foram notificados à Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS, por 44 países das Américas, 2.471.505 casos de dengue, dentre eles, 48.154 da forma hemorrágica e 563 óbitos. O Brasil, o México, a Colômbia, a Venezuela, a Nicarágua e Honduras apresentaram número elevado de notificações, com pequena variação ao longo do período, seguidos por Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Panamá, Porto Rico, Guiana Francesa, Suriname, Jamaica e Trinidad & Tobago. Nota-se a quase ausência de casos nos EUA, que notificaram somente sete, em 1995. A Argentina compareceu a partir de 1998 e o Paraguai, a partir de 1999.  Os casos de dengue hemorrágica e óbitos acompanham a distribuição  descrita acima, e parece não terem relação com os sorotipos circulantes.  No Brasil, os sorotipos registrados foram o 1 e o 2. Somente no ano de 2000 registrou-se o sorotipo 3. A Guatemala notificou a circulação dos quatro sorotipos, com baixo número de casos graves e óbitos.[8]