sábado, 9 de abril de 2011

CONTINUAR... AVANÇAR...






Dilma surpresa, Dilma esperança, Dilma Rousseff

Fonte: O POVO Online/OPOVO/Politica


Magela Lima, editor executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento

Não fosse pelo ato da noite de 19 de outubro, que superlotou o Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro, a campanha do ano passado teria feito vista grossa para a cultura. Ali, embora a então candidata Dilma Rousseff tenha demonstrado desempenho pífio, dando ênfase em seu discurso à questão do pré-sal apesar de falar para uma imensidão de artistas e intelectuais, estava claro que eles, os artistas e intelectuais, estavam com ela.

Figurões, evidentemente, trocaram farpas Brasil afora. O cenário não era de consenso. Os tropicalistas Zé Celso Martinez Corrêa e Caetano Veloso, amigos de longa data, por exemplo, bateram boca nos jornais. Rita Lee pregou voto nulo, segundo ela, por total falta de opção. O poeta Ferreira Gullar foi na jugular do ex-presidente Lula, na tentativa de atingir sua pretensa sucessora. Mas o fato é que Dilma teve, nas urnas da arte, da cultura e do entretenimento, sempre uma vasta maioria.

Quando o segundo turno ameaçou o projeto de continuidade do PT, parceiros clássicos voltaram a trocar os palcos e a academia pelos palanques. A filósofa Marilena Chauí foi uma incansável. O cantor e compositor Chico Buarque não deixou por menos. Tudo isso, obviamente, gerou grandes expectativas. No entanto, ninguém - nem eleitores comuns, nem os renomados eleitores de vida pública – conhecia com a propriedade a mulher que Lula endossou para dar sequência ao seu projeto. O apoio desse segmento era, sobretudo, uma aposta. E um desejo.

Também para a cultura, os oitos anos de Lula em Brasília foram alvissareiros. Lula não só domou a herança deixada por FHC, como deu uma guinada na lógica da gestão cultural. Mesmo sem aprovar a reformulação da Lei Rouanet, abandona à própria sorte no Congresso, houve inversão de valores. O escasso dinheiro público para o setor foi dividido numa outra perspectiva, novos editais de fomento surgiram, sem contar a novidade que veio com a consolidação dos chamados Pontos de Cultura. Enfim, dessa herança, Dilma não tem do que se queixar.

A julgar por esses 100 primeiros dias de mandato da nossa nova e primeira presidente, que olha o Palácio do Planalto com os óculos da cultura também não pode se queixar, não. O que chama atenção nesse primeiro momento é a própria Dilma e seu surpreende apego e apreço pela cultura. Citou Guimarães Rosa no discurso de posse, falou de Drummond no encontro com Obama, trouxe o Abapuru de Tarsila de volta ao Brasil, reunião cineastas no Palácio da Alvorada e, sábado último, foi ao teatro. Sem contar os encontros com Shakira e Bono Vox e ter virado quadro com o colorido de Romero Britto.

Surpresa à parte, esses fatos, no calor da hora, são, sim, motivo de grande esperança. Demonstram ou sinalizam uma Dilma, presidente, que tem a cultura como hábito. Diante disso, a expectativa é de que a gestão do setor passe, de fato, a figurar como estratégica para o desenvolvimento do País. Os desafios são muitos. Dela, principalmente. De Ana de Hollanda, indicada para o Ministério da Cultura. Mas, essencialmente, de quem faz e vive a cultura no Brasil: quando a mate está boa, a gente tem mais é que navegar com tranquilidade.

Um comentário:

Prof Alfredo Carlos ! disse...

Colegas blogueiros,

Dona Dilma cada vez melhor. Ela está sabendo se impor diante da comunidade internacional. Faz sua grande viagem internacional à China, de passagem visita a Grécia. Temos uma Presidente que se impõe, tem personalidade e sabe dirigir nosso País.