
Exemplos de respeito à natureza são escassos nas paróquias
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Fortaleza
Dentro das igrejas, as missas distribuem incentivos à transformação dos fiéis. Evitar sujar a cidade, cuidar para não desperdiçar água, pensar o destino dos detritos. Mas exemplos práticos da instituição rareiam
17.03.2011 01:30
Meta da Campanha é utilizar a influência da Igreja entre os paroquianos para disseminar a cultura do respeito ambiental (IANA SOARES)
Homilias diárias evocam cuidados ambientais nas igrejas católicas da Capital. Já se vão oito dias desde o começo da Campanha da Fraternidade de 2011, com o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta”. Mas o cristão há de se perguntar: que práticas têm levado essa consciência ambiental para o cotidiano das paróquias? Distribuição de mudas pela vizinhança, coleta seletiva e caminhadas em atenção à natureza acontecem, mas não compõem regra. São uma gotinha no oceano.
A Catedral Metropolitana de Fortaleza, onde foi lançada a Campanha, não preparou atividade consoante à ética ecológica, além dos sermões temáticos, tão queridos da vendedora Cristiane Paulino, 30. As Paróquias do Carmo, do Sagrado Coração de Jesus e a São Benedito, todas no Centro, tampouco desenvolvem práticas efetivas.
“A homilia é muito importante, desperta as consciências. Levo a lição, repenso a quantidade de água gasta no banho”, explica Cristina. Ao mesmo passo em que pondera: “Mas todos os pequenos atos fazem diferença. Faz falta coleta seletiva dentro da Igreja”. Nem na Catedral, nem nos três outros templos católicos visitados no Centro de Fortaleza, foram encontrados cestos de coleta seletiva.
A paróquia de Fátima, no bairro homônimo, parece exceção. Com trabalho concreto de reciclagem há três anos, a igreja ultrapassa palavras de incentivo e parte para o exemplo. Além da coleta realizada no próprio templo, a instituição bate à porta de condomínios vizinhos para agregar adeptos da prática.
Distribuição de mudasNa Igreja Cristo Rei, em frente ao Colégio Militar, Padre Eugênio Pacelli descruza os braços e lista duas frentes ativas para Campanha naquela paróquia: distribuição entre fiéis de mil mudas de Nim, espécie de árvore bastante apreciada por suas qualidades repelentes, e abaixo-assinado comunitário com demanda para reforma e manutenção da Praça da Bandeira.
Situação um pouco diferente vivem as igrejas de São Vicente de Paulo, na Aldeota, Nossa Senhora dos Remédios, no Benfica, e Nossa Senhora de Nazaré, no Montese. Nelas, a militância em favor do planeta é menos aguerrida. Entretanto, a promessa é de que, campanha em pleno vigor, as coisas mudem.
Padre da São Vicente, Raimundo Neto contribui encaixando nos sermões reflexões sobre aquecimento global e mudanças climáticas. “É ver, julgar e agir”, enumera os princípios da campanha. Padre Neto espera que todo o “condomínio da família humana”, do qual cada de um de nós é um zelador, se empenhe para ajudar a obra do Criador.
A Nossa Senhora dos Remédios quer fortalecer a coleta seletiva, que já é realizada. Fátima Ximenes, da pastoral social da igreja, explica: o foco é a educação ambiental. “A igreja tem um certo poder em relação aos fiéis”, admite. Por que não usar esse poder para disseminar a mensagem da campanha da Fraternidade? É o que eles pretendem ao organizar seminários e ações educativas.
ENTENDA A NOTÍCIA
Ano a ano, Campanhas da Fraternidade preenchem quaresma dos católicos com sermões sobre tema da vez. Em 2011, cuidado com meio-ambiente é destaque nas homilias. A expectativa é que os discursos passem agora para os exemplos concretos?
AS IGREJAS E A CAMPANHA
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Fortaleza
Dentro das igrejas, as missas distribuem incentivos à transformação dos fiéis. Evitar sujar a cidade, cuidar para não desperdiçar água, pensar o destino dos detritos. Mas exemplos práticos da instituição rareiam
17.03.2011 01:30
Meta da Campanha é utilizar a influência da Igreja entre os paroquianos para disseminar a cultura do respeito ambiental (IANA SOARES)
Homilias diárias evocam cuidados ambientais nas igrejas católicas da Capital. Já se vão oito dias desde o começo da Campanha da Fraternidade de 2011, com o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta”. Mas o cristão há de se perguntar: que práticas têm levado essa consciência ambiental para o cotidiano das paróquias? Distribuição de mudas pela vizinhança, coleta seletiva e caminhadas em atenção à natureza acontecem, mas não compõem regra. São uma gotinha no oceano.
A Catedral Metropolitana de Fortaleza, onde foi lançada a Campanha, não preparou atividade consoante à ética ecológica, além dos sermões temáticos, tão queridos da vendedora Cristiane Paulino, 30. As Paróquias do Carmo, do Sagrado Coração de Jesus e a São Benedito, todas no Centro, tampouco desenvolvem práticas efetivas.
“A homilia é muito importante, desperta as consciências. Levo a lição, repenso a quantidade de água gasta no banho”, explica Cristina. Ao mesmo passo em que pondera: “Mas todos os pequenos atos fazem diferença. Faz falta coleta seletiva dentro da Igreja”. Nem na Catedral, nem nos três outros templos católicos visitados no Centro de Fortaleza, foram encontrados cestos de coleta seletiva.
A paróquia de Fátima, no bairro homônimo, parece exceção. Com trabalho concreto de reciclagem há três anos, a igreja ultrapassa palavras de incentivo e parte para o exemplo. Além da coleta realizada no próprio templo, a instituição bate à porta de condomínios vizinhos para agregar adeptos da prática.
Distribuição de mudasNa Igreja Cristo Rei, em frente ao Colégio Militar, Padre Eugênio Pacelli descruza os braços e lista duas frentes ativas para Campanha naquela paróquia: distribuição entre fiéis de mil mudas de Nim, espécie de árvore bastante apreciada por suas qualidades repelentes, e abaixo-assinado comunitário com demanda para reforma e manutenção da Praça da Bandeira.
Situação um pouco diferente vivem as igrejas de São Vicente de Paulo, na Aldeota, Nossa Senhora dos Remédios, no Benfica, e Nossa Senhora de Nazaré, no Montese. Nelas, a militância em favor do planeta é menos aguerrida. Entretanto, a promessa é de que, campanha em pleno vigor, as coisas mudem.
Padre da São Vicente, Raimundo Neto contribui encaixando nos sermões reflexões sobre aquecimento global e mudanças climáticas. “É ver, julgar e agir”, enumera os princípios da campanha. Padre Neto espera que todo o “condomínio da família humana”, do qual cada de um de nós é um zelador, se empenhe para ajudar a obra do Criador.
A Nossa Senhora dos Remédios quer fortalecer a coleta seletiva, que já é realizada. Fátima Ximenes, da pastoral social da igreja, explica: o foco é a educação ambiental. “A igreja tem um certo poder em relação aos fiéis”, admite. Por que não usar esse poder para disseminar a mensagem da campanha da Fraternidade? É o que eles pretendem ao organizar seminários e ações educativas.
ENTENDA A NOTÍCIA
Ano a ano, Campanhas da Fraternidade preenchem quaresma dos católicos com sermões sobre tema da vez. Em 2011, cuidado com meio-ambiente é destaque nas homilias. A expectativa é que os discursos passem agora para os exemplos concretos?
AS IGREJAS E A CAMPANHA
Pontos altos
Na Igreja Cristo Rei, há distribuição de mudas e altar temático com maquete consoante ao tema da Campanha. Abaixo-assinado será enviado a prefeitura com pedido de reforma da Praça da Bandeira.
Na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, no Benfica, são organizados seminários e ações educativas. Do lado de fora do templo, uma faixa apresenta o tema da campanha de 2011.
Pontos baixosCatedral Metropolitana de Fortaleza, além de templo católico, é monumento histórico da Capital. A grande visibilidade do prédio abriu portas para missa inaugural da Campanha, mas não para medidas práticas durante os quarenta dias.
A Igreja Nossa Senhora de Nazaré tem até painel luminoso informando quando serão os cursos de noivos. Mas faltam lixeiras no pátio. A praça em frente à igreja é mal cuidada.
Janaína Brásjanainabras@opovo.com.br
Henrique Araújohenriquearaujo@opovo.com.br
Na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, no Benfica, são organizados seminários e ações educativas. Do lado de fora do templo, uma faixa apresenta o tema da campanha de 2011.
Pontos baixosCatedral Metropolitana de Fortaleza, além de templo católico, é monumento histórico da Capital. A grande visibilidade do prédio abriu portas para missa inaugural da Campanha, mas não para medidas práticas durante os quarenta dias.
A Igreja Nossa Senhora de Nazaré tem até painel luminoso informando quando serão os cursos de noivos. Mas faltam lixeiras no pátio. A praça em frente à igreja é mal cuidada.
Janaína Brásjanainabras@opovo.com.br
Henrique Araújohenriquearaujo@opovo.com.br