quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PARECER ENTREGUISTA DO TASSO JEREISSATI: MADE IN E.U.A.

(Foto de outro descontrole do senador Tasso).




Atenção: Título da postagem é deste blog.


“Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) trocaram farpas nesta quinta-feira durante reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado depois que o tucano apresentou relatório contrário à adesão da Venezuela no Mercosul. Simon disse que Tasso fez um relatório político ao levar em conta, apenas, o fato de a Venezuela ser presidida pelo esquerdista Hugo Chávez –e ameaçou deixar a comissão se o texto do senador for analisado pelos colegas.
“Pelo amor de Deus, senador, não é possível. Estou vendo vocês brilhante caminhando, então vou embora. Saio daqui. Não aceito que essa comissão vote o seu parecer. Eu acho um absurdo. O Senado brasileiro vai matar o Mercosul? A decisão do Senado de vetar a entrada acaba com o Mercosul, e eu não quero ser responsável”, afirmou.
Tasso, por sua vez, acusou Simon de não ter lido o seu relatório porque argumenta que incluiu aspectos “essenciais” ao Mercosul ao longo do texto. “Eu não vou ler em cima de discurso apaixonado de quem não leu o relatório. Eu não posso aceitar que digam que não falei do Mercosul”, afirmou. O peemedebista reagiu ao afirmar que sua disposição não é trocar farpas com Tasso. “Comigo não adianta Vossa Excelência levantar a voz. Recebe afeto e carinho.”
Simon ficou irritado com o fato de Tasso ter baseado seu relatório em informações repassadas pela OEA (Organização dos Estados Americanos) à comissão. Na opinião do peemedebista, a organização tem interesses contrários à adesão da Venezuela no Mercosul porque deseja continuar no “comando” da América do Sul.
“Claro que a OEA não quer, que o americano não quer, muita gente não quer essa integração da América do Sul. Eles querem a OEA, que está lá impondo, fazendo. A América do Sul se respeitando, claro que a OEA não quer. Dou nota 10 para o relatório no que fez, mas dou nota muito baixa do que não fez. Vossa Excelência tinha que ter citado o que é a história do Mercosul”, afirmou Simon.
Na defesa da adesão da Venezuela, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que os parlamentares não podem construir um “muro” na fronteira entre o país vizinho e o Estado de Roraima. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), por sua vez, defendeu o relatório de Tasso ao afirmar que o texto foi um dos mais “bem elaborados” na história da Casa uma vez que Chávez coloca em risco a soberania do continente.
Relatório
Apesar de afirmar que o relatório faz uma decisão “racional e desapaixonada” sobre a adesão da Venezuela ao Mercosul, Tasso acusa Chávez de cometer uma série de atos que ferem a democracia venezuelana –por isso a adesão do país ao bloco econômico poderia trazer danos aos seus países-membros.
“Não há como ignorar a legitimidade das eleições havidas na Venezuela no que se refere ao presidente Hugo Chávez. Porém, não se pode dizer que exista legitimidade no processo eleitoral como um todo. Hoje, o presidente governa de forma quase ditatorial, uma vez que conta com um Congresso totalmente submetido a seus interesses”, afirma Tasso.
No relatório, o senador tucano diz que Chávez utilizou instrumentos democráticos para “dominar os Poderes Legislativo e Judiciário”, partindo para controlar a imprensa venezuelana. O tucano também menciona o recente episódio em Honduras, no qual o governo brasileiro abrigou o presidente deposto Manoel Zelaya em sua embaixada no país.
“O governo brasileiro acredita que a infra-estrutura e a logística para o retorno de Zelaya, inclusive a escolha da Embaixada brasileira para o destino final, tiveram a participação do presidente venezuelano. Se foi isso o que realmente ocorreu, mais uma vez Chávez é responsável por dificuldades e embaraço ao governo brasileiro.”
Ao negar o pedido da Venezuela de ingresso no Mercosul, Tasso afirma que a principal característica do bloco econômico é a defesa do regime democrático em todos os seus países-membros –o que vem sendo desrespeitado por Chávez. O relatório do tucano será votado na comissão dia 29 de outubro.”
(Folha Online)


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