quinta-feira, 11 de junho de 2009

QUEM LEMBRA DELE?

(É ele mesmo prof. Alfredo, um dos mais festejados artistas do velho Faroeste Americano)

John Wayne (1)
por Luiz Carlos MertenAuthor - Seção: Cinema, Atualidades
Estou aqui com um contato de telefone para falar com a filha de John Wayne nos EUA. O motivo é uma efeméride – completam-se 100 anos do nascimento do Duke e a Paramount vai lançar um monte de filmes em DVD para assinalar a data. John Wayne virou um símbolo do povo americano, no que tem de bom e pior. Reacionário, fez aquele filme horroroso, Os Boinas Verdes, durante a Guerra do Vietnã, mas Jean Tulard, em seu Dicionário de Cineastas, observa que o filme não é ruim, como movimento, tendo sido criticado pelo conteúdo e não pela forma. É curioso que Paul Haggis, na entrevista que deu à revista francesa Positif, a propósito de A Conquista da Honra, diz que Os Boinas Verdes é o protótipo do filme que Clint e ele queriam evitar. A humanização do inimigo japonês em Cartas de Iwo Jima é o contrário da demonização dos vietnamitas no filme de JW. Mas chega de falar mal do Duke. Quero falar bem. JW foi ator-fetiche, para não dizer o alter ego, de alguns dos maiores diretores dos EUA, artistas que amo de paixão – John Ford, Howard Hawks, Henry Hathaway, Otto Preminger. Godard disse uma vez uma coisa linda sobre ele. Que podia detestar JW, quando ele se revelava o pilar do Partido Republicano, sob Barry Goldwater, o político derrotado pelo (falso) democrata Lyndon Johnson nos anos 60, mas que, a longo prazo, se revelou um vitorioso, porque o neoliberalismo de Ronald Reagan e Margaret Thatcher era aquele que BG defendia contra o comunismo. Godard dizia que detestava aquele John Wayne reacionário, mas amava o outro, que estendia o braço para nele abrigar, a galope, Natalie Wood, no desfecho genial de Rastros de Ódio, o monumento de cinema que Ford fez em 1956. São tantas as obras-primas da dupla Ford/Wayne. Para cada fase da vida do ator, da juventude à velhice, Ford criou um personagem sob medida para ele. Os dois foram envelhecendo e JW nunca deixou de ser o parâmetro da grandeza do derrotado fordiano. Que importa o homem? O que ficou, quase 30 anos após a morte de JW, em 1979, foi o ator, o astro, o ícone. E o JW de Ford, de Hawks, de Hathaway faz parte das minhas emoções inesquecíveis no cinema.

2 comentários:

Alfredo Carlos ! disse...

Amigos blogueiros, posso até me enganar, mas creio que esta foto é do grande JOHN WAYNE, já falecido COWBOY norte americano que tanto encantou o mundo da Televisão com seus filmes de Faroeste no século passado. Eu mesmo era macaco de auditório de JOHN WAYNE.

Deodato Ramalho disse...

É ele mesmo Alfredo. Faz trinta anos de sua morte.