domingo, 9 de agosto de 2009

A ARTE DA POLÍTICA X A POLÍTICA DA ARTE (I).

Da vida pública se faz o bom negócio
Tiago Coutinhoda Redação08 Ago 2009 - 19h16min (Jornal O POVO)
Atire a primeira pedra aquele que nunca desejou, mesmo de brincadeira, ser um político. Os motivos nem sempre são os mesmos. Há quem almeje a atividade pelo senso comum difundido no imaginário popular: todo político tem vida fácil, enriquece rapidamente, principalmente por mecanismos ilícitos. Há aqueles, porém, que sonham em mudar o mundo e transformar a realidade social.
A política deve ser buscada por vocação ou por profissão?
No Brasil, o jogo político é regido por uma regra básica: quanto mais poder se tem, mais se busca acumular. Na lógica de armazenamento do poder, a política institucional, não raro, é comparada a um negócio lucrativo, despertando interesse de vários segmentos. O raciocínio apresentado traz duas consequências perceptíveis. Voto se transforma em capital simbólico de poder e moeda de troca entre aqueles que comandam a administração pública. Sendo o Brasil um país arraigado de oligarquias, muitas vezes os votos acumulados por determinados “coronéis” convertem-se em herança. Passam de pai para filho. Não por acaso, podemos contabilizar inúmeras famílias no comando dos mais diferentes espaços políticos. Tempo todo Sem dúvida, o “mercado” movimenta bilhões a cada ano. Na rotina administrativa, alguns políticos se especializam em, a cada eleição, garantir os votos necessários para uma nova disputa. O cargo exige tantas atribuições, tornando-se basicamente impossível se dedicar a uma segunda profissão. Aqueles que entram na política, quase sempre, passam a viver como devoção às obrigações públicas. Vive-se “da” e “para” a política. Dada a demanda, torna-se quase um ciclo vicioso.
Não custa lembrar frase recente do prefeito de Granja, Esmerino Arruda. Em entrevista ao programa Coletiva, na TV O POVO, ele afirmou que a política “é uma cachaça que só se sai dela morrendo”. O problema é que, muitas vezes, a atividade pública se pauta por interesses pessoais. Perde-se, assim, a noção ideológica da disputa política. Há, para o bem e para o mal, inúmeros profissionais no ramo. São aqueles que, ao longo de sua trajetória, pouco exerceram outra tarefa senão a de articulação e mobilização. De empresários a operários, exemplos não faltam. Um dos símbolos mais significativos ocupa a Presidência da República. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), envolvido no movimento sindical desde 1969, tornou-se símbolo do operariado brasileiro e fundador do Partido dos Trabalhadores. Antes de se eleger em 2002, recebeu inúmeras críticas da oposição principalmente por - devido às suas ações políticas - ter passado poucos anos na profissão de torneiro mecânico.
Nas próximas páginas, O POVO analisa e conta histórias daqueles que dedicados exclusivamente à atividade pública.

Um comentário:

Alfredo Carlos ! disse...

Amigos blogueiros,

O Homem público tem que ter vocação para exercer o seu ofício. Na política principalmente, pois é lá que ele vai demonstrar todo o seu empenho em prol daqueles que o elegeram. Já o político profissional pensa diferente. Quer se eleger sempre, não importa como, seu objetivo maior, é fazer uma imensa carreira por cima de tudo e de todos, demosntrando assim compromissos consigo próprio.