quarta-feira, 19 de agosto de 2009

DIA TRÁGICO PARA O PT. O PARTIDO PERDE DOIS GRANDES QUADROS.




A atual crise política que se abateu sobre o senado brasileiro a partir das denúncias contra o senador José Sarney, demonstra a urgente necessidade de uma reforma política que possibilite a construção da governabilidade extraída das urnas, vale dizer: a governabilidade construída nos acordos políticos coloca o governo - qualquer governo - refém da velha política, das velhas raposas políticas. Nada obstante não ter, o PSDB e especialmente o seu líder Arthur Virgílio nenhum respaldo moral para atacar o próprio Sarney e muito menos o PT, não há dúvida que o Partido dos Trabalhadores não se tem portado, nessa crise, como dele se esperava, mesmo se considerando a tragédia que tem sido, no Brasil, a constituição de maioria para que os governos possam governar. Questões de princípios não podem ser relativizadas. O fato é que a bancada do PT no senado federal não conseguiu encaminhar suas posições, com relação às denúncias contra o presidente Sarney, seguindo a sua maior fortaleza política, que sempre foi a ética e a defesa intransigente da transparência dos atos dos agentes políticos e gestores públicos. Nem mesmo o fato de a maioria da bancada se ter colocado contra a posição do líder da bancada Aloísio Mercadante, que, com certeza, encurralado pela pressão do PDMB (partido fisiológico que domina o congresso nacional), teve que engolir o arquivamento das denúncias contra o "morubixaba" do maranhão. Lamentável. O Conselho de Ética do Senado arquivou todas as denúncias contra o presidente do Sarney e contra o senador Arthur Virgílio, do PSDB, réu confesso nas patifarias da Câmara Alta.

O PT, hoje, sai empobrecido desse imbroglio. Empobrecido porque se curvou às pressões do PMDB. Mais empobrecido ainda por perder dois grandes senadores, no caso, a senadora Marina Silva (PT/Acre), que já anunciara a saída do PT, por causa de divergências anteriores na condução, pelo governo, das questões ambientais, e o senador Flávio Arns (PT/Paraná), que anunciou a sua saída inconformado com a postura do PT nesse episódio protagonizado pelo presidente do senado.

Resta-nos o consolo de que a saída desses dois grandes quadros possa servir de alerta para que o PT, apesar de suas responsabilidades com a governabilidade, se reencontre com a sua história de combatividade na defesa dos postulados da ética na política. Nem mesmo a certeza que temos que, apesar desses equívocos e vacilos, o Partido dos Trabalhadores ainda representa o que de mais significativo se construiu, partidariamente, no Brasil, pode servir para que os Petistas não façam um mea culpa neste triste episódio, a fim de reconhecer, perante a nação, de que essa posição em nada nos engrandece.

5 comentários:

Anônimo disse...

Impresionante como as pessoas honestas são punidas.
bela mulher esta.
Honrada, honesta, decente.

antes foi a Heloísa Helena,
agora ela.

que pena.

Enquanto isso Sarney, Tasso, Renan, Fernando Assef,Benjamim, Valdenir e Tudo o mais.
Sempre se dão bem.

Alfredo Carlos !! disse...

Amigos blogueiros,

Creio que foi um suicídio político ou apenas vingança pessoal. Sair do PT a essa altura do campeonato, 12 meses antes das eleições, ir para um partido que não tem muita expressão Nacional, é confiar demais na sorte. Tanto a Marina quanto o flávio Arns, vão precisar de muito apoio político para tentar voltar ao congresso Nacional.

Márcio Ary disse...

Qual a verdadeira tragédia?

Como muitos no partido dos trabalhadores, senti a saída da Senadora Marina Silva dos quadros de nosso partido, mulher de luta, negra e que sabe como poucos defender as causas da Amazônia. Mas um analise mais apurada deve ser feita sobre a forma , o momento e as razões do fim de uma relação de mais de trinta anos entre a senadora e o PT.
Algumas perguntas, porém devem ser realizadas: 1- trágico é à saída de Marina? ou a sua indisposição de fazer os debates que ela acha necessários intra-partidariamente, podendo assim ser voz de tantos outros que como ela acreditam que nossas relações de alianças deve ser repensadas e modificadas?.
2- Trágico é à saída de Marina? Ou ela ter colaborado para a campanha da imprensa que tenta passar para ao povo a idéia que quem é ético sai do PT, como se os milhares que ficarão no partido não o fossem?.
3- Trágico é à saída de Marina? Ou ela depois de anos de luta filia-se ao PV que hoje é uma sublegenda do PSDB, partido que as idéias ela combateu por quase trinta anos?.
Não vejo tragédia alguma na saída da Senadora Marina Silva, um fato de se lamentar apenas. Muito mais pelo o que ela deixará de fazer estando em nossos quadros ,do que ela poderá fazer sendo apadrinhada pelo PV e pela FIEC Paulista.
Márcio Ary
PS: Quanto ao Senado Flávio Arns, Nunca deveria ter ingressado no PT.

Dr. Amâncio disse...

Concordo plenamente Dr. Márcio Ary. O que a mídia golpista não mostrou foi a confissão de crime feita pelo Senador Artur Virgílio e que o Sen. Flávio Arns agora o apóia e defende. Abaixo o PIG e viva a democracia que permite que um operário tenha chegado à Presidência da República e ao mesmo tempo também permite que larápios contimuem no Poder, inclusive em Boa Viagem.

Anônimo disse...

e isso é democracia?
deixar um ladrão no poder!!